A medida da prefeitura de São Paulo em restringir os ônibus fretados na região central da cidade e da exigência de troca de parte da frota, fez com que um quarto dos fretados deixou as ruas da capital. Segundo dados do Sindicato das Empresas de Transporte por Fretamento (Transfretur) eram cerca de 6 mil circulando diariamente pela cidade em 2009. Hoje, não passam de 4,5 mil.
Em 2009 a Prefeitura chegou a a afirmar que os fretados eram “táxis de luxo”, que competiam com o transporte público, e a restrição em uma área de 70 km² melhoraria o trânsito. Com isso, ônibus que deixavam os passageiros na porta das empresas tiveram de passar a fazer o desembarque em estações do metrô – Brás, Barra Funda e Imigrantes.
Mas grande parte de quem usava os fretados, que são mais caros que o transporte coletivo comum não migrou para o ônibus. Usou o velho e bom carro. De acordo com o Transfretur, muitos tiveram esta decisão. “Em 2009, tínhamos 370 mil pessoas usando fretados. Hoje, são cerca de 300 mil. Quem saiu do fretado foi para o carro”, diz o diretor executivo da Transfretur, Jorge Miguel dos Santos.
Já a Prefeitura, no entanto, afirma que o trânsito melhorou. Segundo dados da Secretaria dos Transportes, em 2008, antes da restrição, a média de lentidão foi de 89 km no período da manhã e de 129 km à tarde. No ano passado, foram 80 km e 108 km, respectivamente. Nesse período, porém, além dos fretados, também houve restrições a caminhões na cidade.
A administração municipal afirma ainda que na Avenida Paulista, onde se concentravam muitas linhas de fretados, a velocidade média dos ônibus comuns no pico da manhã passou de 11,69 km/h para 17,12 km/h.
Por Renato Lobo, com as informações de “O Estado de São Paulo“