Desde quando voltaram as aulas, voltaram também os problemas de mobilidade na maior metropole brasileira. Não que no período de férias, nós, pobres mortais que não temos helicópteros para se locomover não passamos stress nas ruas ou dentro dos trilhos do Metrô/CPTM. Mas, agora que a cidade volta ao seu “ritmo normal” a falta de mobilidade fica mais evidente.
Só para se ter uma ideia, com a chegada do mês de agosto, o mesmo trajeto que eu percorria entre as estações Belém e Conceição, utilizando portanto as linhas 3 – vermelha e 1 – azul do metrô que era feito em 45 minutos, agora é demora cerca de 1 hora e vinte. Com o fim das férias, e consequentemente mais pessoas utilizando o sistema metroferroviário, mais falhas são registradas, graças aquela famosa frase usada pelos dirigentes do metrô: ” A hipersensibilidade do sistema”.
Ficar parado cerca de 10 minutos dentro de um túnel entre duas estações da a sensação logo de cara de tentar achar o culpado, quase sempre o próprio Metrô. Mas o problema não é a do modal, e sim falta dele. Se fomos mais longe, a falta de uma infraestrutura de transporte coletivo sobre rodas, ônibus, que alem da lotação igual ao Metrô, também pega congestionamento causado pelo carro. Se fomos mais longe ainda botamos a culpa no governo que vende carro a torto e a direita, para sanar um outro problema que é a economia. Indo mais longe ainda se questiona por que o emprego não esta mais perto de casa. Por que o governo não desenvolve as periferias, para que o paulistano não tenha que enfrentar mais de uma hora feito uma lata de sardinha, como eu, e olha que minha jornada ainda é light. Conheço pessoas que ficam mais de duas ou três horas.
Minha gente, o final deste pensamento, após culpar o Metrô, o ônibus, o carro, a politica, chego a conclusão que a culpa é minha. Foi eu que elegi o governo que esta aí. São 16 anos de um e mais 8 do outro partido, que na verdade vemos que são mais do mesmo. Não quero que este desabafo possa parecer clichê, mas acho que todo mundo quando for votar deveria antes ficar umas horinhas preso no Metrô para se ter mais consciência para escolher de maneira correta quem vai nos representar.
Por Renato Lobo