Após tantos capítulos da novela do Trem bala Brasileiro, o governo federal pode assumir sozinho a construção da obra, no caso de não haver empresas interessadas no leilão. A Afirmação é de Bernardo Figueiredo, escolhido para presidir o projeto intitulado Etav, estatal criada para acompanhar as obras e que será sócia no projeto. O leilão está previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2013.
“O governo não tem dúvida de que tem que fazer o trem-bala. Nós estamos fazendo um processo para atrair a maior participação privada de forma que o esforço público para colocar o projeto de pé seja o menor possível”, diz Figueiredo, em entrevista ao G1. O presidente do Etav diz ainda que se a iniciativa privada tiver uma atitude reticente em relação ao projeto, e se for mantido pelo o governo essa decisão de que vai fazer o projeto, a Etav pode aumentar a sua inserção. “Ela está sendo criada exatamente para ser esse instrumento”, diz.
Mas não existe decisão final do Governo federal, apesar de haver a possibilidade de investimento público no tem-bala. Figueiredo afirma que vai defender essa posição caso se repita o desinteresse das empresas privadas no leilão:
“Hoje o ânimo (do governo) é de fazer, de preferência com a iniciativa privada. Mas se não tiver (interesse das empresas), eu vou fazer também. Se a presidente ou o ministro (dos Transportes) me perguntarem, a minha posição é essa.” – diz Figueiredo.
Fracasso em licitações
O governo bem que tentou licitar a construção do tav em julho do ano passado, mas o pregão teve que ser adiado porque nenhuma empresa apresentou proposta. Na época Bernardo Figueiredo era diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e esteve a frente de todo o processo.
Agora o governo mudou o modelo de licitação para atrair os investidores, que passou a prever dois leilões: o primeiro para contratar a empresa que vai fornecer a tecnologia do veículo, e que será sócia da Etav na operação do trem; e o segundo para escolher os construtores da infraestrutura (trilhos, estações etc.).
O presidente da Etav acredita que, desta vez, porém, haverá empresas interessadas em participar dos dois leilões.
Mas especialistas de transportes questionam o preço que se pagará pelo trem bala, e a falta de mobilidade que existe por exemplo em São Paulo e no Rio de Janeiro. Se questiona porque que a união não investe nos transportes nestas capitais, o que beneficiaria um número bem maior de pessoas.
Por Renato Lobo