Esta sábia frase que circula no Facebook é do urbanista Enrique Peñalosa, um politico Colombiano que foi prefeito da cidade de Bogotá. Criador do Transmilênio, moderno sistema de BRT em operação na cidade, Peñalosa participou do simpósio MegaCidades, evento paralelo à Rio+20, que aconteceu recentemente, no Parque dos Atletas. Responsável pela ampliação do uso da bicicleta como meio de transportes, o ex prefeito falou sobre o desenvolvimento do setor de mobilidade em Bogotá.
Peñalosa acredita que o princípio básico para o desenvolvimento da harmonia entre o fluxo de pessoas e automóveis, são divididos em dois princípios fundamentais: o primeiro é que a cidade é um habitat humano e que tudo deve ser projetado entorno do bem estar humano, a felicidade humana, dando prioridade aos cidadãos mais vulneráveis, que são as crianças, os idosos, os portadores de deficiências físicas e os mais pobres. O segundo princípio é democracia Elemental. O primeiro artigo de qualquer Constituição estabelece que todos os cidadãos são iguais perante a lei. Se isso é verdade, um cidadão de bicicleta tem o mesmo direito à mobilidade com segurança e ao espaço viário que um automóvel com um passageiro e um ônibus com 100 passageiros tem direito a 100 vezes mais espaço viário do que um automóvel com um passageiro.
Para o Urbanista infelizmente existe uma disputa entre os carros e as pessoas pelo espaço. Quanto mais ampla e rápida seja uma via para os automóveis, menos agradável se torna caminhar junto a ela. Quanto mais lenta seja a rodovia, mais agradável se torna caminhar ao longo dela e se entramos numa via exclusiva para pedestres, respiramos aliviados da pressão que gera o risco de atropelamentos. As rodovias de alta velocidade restringem nossa liberdade, nos encerram, são como uma cerca em um curral de vacas: impedem-nos de passar. Inclusive fecham a passagem das rodovias menores. Fazem ruídos, desvalorizam tudo no seu entorno. Se falarmos de viadutos, eles obscurecem, desvalorizam e inclusive propiciam a delinquência.
O espaço para as vias é o recurso mais valioso de uma cidade, mais do que se encontrássemos diamantes no subsolo. A pergunta é: como distribuí-lo entre pedestres, ciclistas, transporte público e automóveis?
Por Renato Lobo