A onda de notícias sobre uma possível má administração da CPTM continua a solta na mídia, seja ela televisa, impressa ou até mesmo digital. O sindicato dos ferroviários vêm tecendo acusações sérias sobre a companhia, inclusive com relatos de ex-funcionários que afirmam que a companhia desliga dispositivo de segurança de descarrilamento de trens devido as ondulações do material.
O jornal “Diário de São Paulo” trouxe uma reportagem nesta segunda feira (12) onde diz que a CPTM, nos últimos anos, investiu mais de R$ 5 bilhões na aquisição de trens e na modernização do sistema. Os trens das séries 7000, 7500 e 8000 são equipados com um sensor de descarrilamento, que avisa o condutor quando algum vagão sai do trilho. Porém, segundo o Sindicato dos Ferroviários e os depoimentos dos condutores ouvidos pelo jornal, esse sistema está desativado. Isso porque o sistema é sensível e a linha férrea é antiga. Qualquer ondulação ou buraco na via fazia o trem parar.
“O trem tinha oito vagões. Quando o descarrilamento ocorre nos últimos vagões – como foi o caso –, o maquinista não percebe. Se tivesse passageiros naquele trem, com certeza teria havido mortes”, disse o condutor ao jornal, que pediu para não ter o nome divulgado. Para a CPTM, ele desrespeitou as normas da empresa. “Eles também alegaram que eu dei prejuízo. Os vagões ficaram muito danificados. Onde já se viu desativar um sistema de segurança?”, questiona.
A CPTM respondeu ao jornal que os trens são equipados com sensores que informam quando está ocorrendo ou ocorreu um descarrilamento, mas a ferramenta não evita a ocorrência – a empresa não respondeu por que o sensor está desativado. A CPTM questiona a versão dos empregados e afirma que “opera com sistemas seguros, utilizados em ferrovias no mundo inteiro ”. A companhia não comentou sobre um possível problema na Estação Ceasa.
Por Renato Lobo
