Após contantes falhas, e até alguns acidentes registrados na malha ferroviária da CPTM, o jornal “Diário de São Paulo” trouxe uma reportagem onde especialistas analisam o sistema presente nas linhas da Companhia, como o professor de teoria das estruturas do Instituto Mauá de Tecnologia, Aurélio da Dalt, que afirma que tanto o Metrô como a CPTM são meios de transporte seguros, mas as operações são diferentes. “No Metrô, a interferência do maquinista é mínima. A operação é totalmente automatizada, ao contrário da CPTM” – conta o professor.
“O Metrô utiliza o sistema ATO (operação de tráfego automática). O nível de automação é total e o condutor está ali mais para acompanhar a situação. Ele não interfere diretamente na circulação dos trens. A Linha Amarela, por exemplo, já nem tem mais condutor”, explica Telmo Giolito Porto, professor do departamento de transportes da Poli-USP (Escola Politécnica). “Já na CPTM, a automação é parcial, chamada de ATC (controle de tráfego automático). O centro de controle gerencia a operação, mas é o maquinista quem conduz o trem”, diz.
Segundo o professor, a automatização é necessária no Metrô porque um humano não conseguiria fazer o trem trabalhar em intervalos tão curtos, de cerca de um minuto. Na CPTM, esse intervalo é maior, de cerca de três a cinco minutos, o que permite a atuação do condutor.
E por que os trens ainda colidem? “Porque o sistema da CPTM é programado para reduzir a velocidade até 20 km/h. Ele não para totalmente para não prejudicar o restante da circulação e para não diminuir o intervalo entre os vagões”, diz.
Nesta velocidade há chances de bater, mas não há risco de uma colisão forte, que cause mortes ou a destruição do trem. “Essa decisão foi tomada desde o início das operações”, diz. Segundo Dalt, a completa automação da CPTM só será possível quando as linhas de carga e de passageiros forem separadas – atualmente, ambos os trens circulam na mesma via.
A CPTM promete que todas as linhas terão até 2014, sistemas mais parecidos com o Metrô. Mas nem todas as linhas terão o intervalo reduzido para 3 minutos.
Por Renato Lobo, com as informações do jornal “O Diário de SP”