Mobilidade Urbana

Blog questiona a padronização das pinturas dos Ônibus

Desde a década de 90, os ônibus do sistema municipal de São Paulo passaram a ter pintura padronizadas. Mais tarde, em meados dos anos 2000 a administração municipal dividiu em 8 áreas especificas as linhas, e cada consórcio possuí uma cor diferente, que também representa a área em que a empresa atua. A prefeitura explica que esta padronização se orientar qual cor de ônibus passa no seu bairro.

Mas, alguns especialistas e estudiosos em transportes são contra essa padronização. É o caso do Leonardo Ivo Neves da Silva, que mantem um Blog, o Antipadronização Bus, que foi criado como protesto pelas mudanças efetuadas pelo prefeito Eduardo Paes no sistema de transportes da cidade do Rio de Janeiro.

Leonardo explica que mantem o blog para conscientizar a população sobre os males que a uniformização visual, segundo ele, mesclada com outras medidas impopulares impostas pelos governantes, provocam no cotidiano da população nas principais cidades Brasileiras.

O Blogueiro diz ser a favor de cada empresa ter sua identidade visual por vários motivos: “a imagem do concessionário ficaria exposta, tanto positivamente como negativamente. Positivamente, pois obrigaria as empresas a melhorarem o serviço, uma vez que ficariam exposta não apenas perante a opinião pública local, como também a regional e até nacional, já que sua marca apareceria em seus veículos e se o seu serviço é ruim, ela é facilmente identificada, o que facilita denuncias e até a cassação de sua concessão” disse ao Portal Via Trolebus

Leonardo lembra ainda que as pinturas padrões acabam sendo vitrine política das administrações: “os políticos adoram usa-las como propaganda e vitrine politica, tanto é que a cada quatro anos, várias cidades do pais mudam as cores das frotas das empresas de ônibus locais, por motivo de vaidade por parte do novo governante que assume, obrigando as empresas a gastarem uma elevada quantia em dinheiro para repintarem suas frotas, repassando isso para as tarifas de ônibus

Perguntamos sobre a questão da poluição visual que este festival de pinturas poderia causar, já que na cidade de São Paulo, por exemplo são cerca de 15 mil ônibus em circulação: “É balela, não é desculpa para não se ter diversidade visual, assim como isso não afeta a vida das pessoas, uma vez que poluição visual não provoca danos ao meio ambiente. Se a gente se encaminhar por este pensamento, o mercado publicitário e até mesmo a individualidade das pessoas ficariam comprometidas. Em geral, em cidades de aparência cinzenta como São Paulo, a diversidade visual dos ônibus seria um contraste em relação a este ambiente cinzento predominante desta cidade, suavizando este efeito e dando uma certa beleza a própria cidade. E finalizando, com a identidade visual, abre-se campo de trabalho para desenhistas, publicitários e uma série de mercados que ela poderia proporcionar na área de desenho e publicidade

Por Renato Lobo

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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