Metrô SP

Presidente do Metrô concede entrevista ao portal Via Trolebus

O Metrô de São Paulo completou 37 anos de operação nesta quarta feira. No ano de 1974, foi realizada a primeira viagem de uma composição metroviária no Brasil, no primeiro trecho em funcionamento da Linha 1-Azul, com 6,5 quilômetros de extensão na época, entre as estações Jabaquara e Vila Mariana. No início da sua operação comercial, os trens funcionavam de segunda a sexta-feira, das 9 às 13 horas, e fechava ao público nos fins de semana. Na época, a média diária de passageiros era de apenas 2.858 pessoas. Atualmente, o Metrô é responsável pelo transporte de cerca de 4 milhões de usuários por dia.


40 anos, advogado, presidente da Companhia desde 12 de Janeiro de 2011, Sérgio Avelleda aceitou responder algumas questões sobre a expansão do Metrô ao Portal Via Trolebus. Aí vão elas:


VT: Em algumas cidades do mundo, o sistema de Metrô funciona 24 horas por dia. Isso é possível em São Paulo?

Avelleda: Não. O período em que as estações ficam fechadas é importante para a realização dos serviços de limpeza, manutenção preventiva e corretiva das vias, trens e equipamentos, além de testes, inspeções e treinamentos operacionais, imprescindíveis para o próprio funcionamento do sistema. Com a extensão do horário de operação, o tempo para efetuar a manutenção necessária seria insuficiente, com consequente risco de comprometimento da segurança operacional. Vale que o Metrô de São Paulo é um dos metrôs com operação comercial mais ampla comparando-se a outros metrôs do mundo, sendo que apenas o metrô de Nova Iorque funciona ininterruptamente, em razão de possuir vias duplas, que permitem manutenção diurna.

VT: Já estão em operação 2 trens que foram modernizados na linha 3 – vermelha. Existe prazo para mais trens reformados entrarem em operação? Existe algum prazo para que todos os 98 trens estejam reformados?

Avelleda: Sim. Na linha 3 – Vermelha já estão em operação 2 trens que foram modernizados. Outros 96 trens das frotas originais das linhas 1- Azul e 3 – Vermelha (51 para a Linha 1 – Azul e 45 para a Linha 3 – Vermelha) estarão em operação até o final de 2014.



VT: O Metrô está instalando um novo sistema de sinalização e controle de trens, o CBTC, que vai diminuir o intervalo dos trens. Existe prazo para que o trabalho seja concluído nas linhas 1- Azul, 2- Verde e 3- Vermelha?

Avelleda: Sim. O CBTC está em instalação. O prazo para conclusão da troca na Linha 2 – Verde é até o final de 2011.  Nas linhas 1 – Azul e 3 – Vermelha esse sistema estará em operação até o final de 2013.

VT: Na Linha 4 – Amarela, neste mês de setembro, mais duas estações serão abertas: Luz e República. Haverá aumento de passageiros na Linha 2 – Verde? Como que o Metrô ira lidar com essa nova situação?

Avelleda: A abertura das estações Luz e República, nesse dia 15 de setembro, irá diminuir a demanda na Linha 2 – Verde porque os usuários da Linha 4- Amarela, inclusive os que se utilizam da integração com a CPTM na Estação Pinheiros, poderão chegar mais facilmente à região central de São Paulo.

VT: Existe previsão para a construção da Linha 15 – Branca? Existem rumores nas redes sociais que o terminal da linha não seria mais em Tiquatira, e sim avançaria cruzando o Rio Tietê.

Avelleda: O Metrô já está realizando sondagens para a caracterização do subsolo em áreas que deverão ser usadas para a futura construção da Linha 15-Branca, ligação entra a Vila Prudente, na capital, e Dutra, divisa com o município de Guarulhos”



Atualmente, as prospecções no solo estão sendo realizadas em Vila Prudente, Mooca, Aricanduva e Penha. O objetivo dessas perfurações é conhecer a geologia do subsolo para o desenvolvimento dos projetos.


A linha, que terá 13,5 quilômetros de extensão e será intermunicipal, pois contará com duas estações no município de Guarulhos, atenderá os bairros paulistas Jardim Anália Franco, Vila Formosa, Vila Manchester, Aricanduva, Penha e Tiquatira.


VT: A Linha 4 – Amarela foi a primeira linha de metrô a ser operar por uma concessionária. Que análise pode ser feita sobre essa parceria?

Avelleda: A Linha 4- Amarela, que é chamada “linha da integração”, pois permite conexão com outras linhas de metrô e trem, transporta atualmente com eficácia mais de 200 mil usuários por dia, em média. Futuras parcerias ente o Poder Público e a iniciativa privada favorecerão a ampliação mais rápida da malha metroviária.


 VT: A Linha 6 – Laranja pode ter as obras iniciadas até o ano que vêm no trecho entre Brasilândia e São Joaquim. Existe previsão para inicio das obras dos outros trechos, até a Bandeirantes a Oeste, e a leste até a Cidade Lider?

Avelleda: Segundo técnicos do Metrô, o início das obras de implantação da Linha 6 – Laranja está prevista para o quarto trimestre de 2012 (Trecho Brasilândia – São Joaquim). As mesmas previsões indicam que no segundo semestre de 2014 serão iniciadas as obras no trecho São Joaquim – Cidade Líder e para 2015 o início das obras no trecho Brasilândia – Bandeirantes.


 VT: Foi anunciada uma ligação metroviária entre a Lapa e Moema. Que linha seria essa?


Avelleda: Nos planos de expansão futura da rede metroviária, com horizonte além do ano 2020, está prevista uma ligação entre os importantes subcentros da Lapa, Pinheiros e Moema, integrando-se com a Linha 2 – Verde em uma futura Estação Cerro Corá, com a Linha 4 – Amarela na Estação Faria Lima e com a Linha 5 – Lilás na futura Estação Moema.


 VT: As estações em obras da Linha 5 – Lilás, com exceção da Adolfo Pinheiro, serão entregues juntas em 2015, ou alguma poderá ser antecipada?

Avelleda: A futura Estação Adolfo Pinheiro será entregue em 2013. Outras dez estações da expansão da Linha 5- Lilás, entre o Largo Treze e Chácara Klabin (Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista, Borba Gato, Brooklin-Campo Belo, Água Espraiada, Ibirapuera, Moema, Servidor, Vila Clementino, Santa Cruz e Chácara Klabin) têm previsão de entrega em 2015. Quando concluída a expansão, a linha terá 20 km de extensão e 17 estações e a  demanda de passageiros/dia estimada para essa configuração é de 644 mil. Em relação às outras linhas metroviárias, a Linha 5- Lilás se integrará a Linha 1- Azul na Estação Santa Cruz, se integrará a Linha 2- Verde na Estação Chácara Klabin e com a futura Linha 17- Ouro na futura Estação Água Espraiada.   



  
VT: Existe uma previsão de início das obras de prolongamento da Linha 4- Amarela da Vila Sônia até o município de Taboão da Serra?

Avelleda: A previsão é iniciar as obras dessa extensão depois de 2015 com previsão de operação em 2019.

ERRATA: O Metrô esclarece que, em razão da demanda em potencial na região de Taboão da Serra, estuda antecipar a terceira etapa da Linha 4- Amarela, que foi inicialmente prevista para 2015.


VT: Quando o prolongamento em monotrilho a Linha 2- Verde chegará até o Hospital Cidade Tiradentes?

 Avelleda: Em 2016.

VT: Quais as previsões para início das obras e operação da Linha 17- Ouro?

Avelleda: A construção dessa linha deve ser iniciada em dezembro próximo e o primeiro trecho, ligando o aeroporto de Congonhas até a Estação Morumbi da Linha 9- Esmeralda da CPTM, será entregue em 2014.


VT: E a previsão para início das obras da Linha 16 – Prata?

Avelleda: A Linha 16 – Prata não consta mais no programa de investimentos do Metrô.


 VT: E a previsão para início das obras da Linha 18- Bronze?

 Avelleda: A previsão é que obras comecem no segundo semestre de 2013. Segundo técnicos do Metrô, a previsão é que a linha entre em operação em 2016.


Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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