O governador Tarcísio de Freitas voltou a prometer a entrega do BRT ABC em 2026. Durante um evento público na região do ABC Paulista, o governador confirmou o aumento nos turnos de trabalho das obras.
A declaração ocorre após o ex-ministro ter criticado publicamente a concessionária responsável pelo projeto em relação ao andamento dos trabalhos.
“Com relação ao BRT, a obra está andando. Nós precisamos, em algum momento — e isso ocorre até no contexto da transição da EMTU para a Artesp, que aperta em termos de regulação —, e dissemos à companhia, a Next, que, se não avançassem, poderiam enfrentar a caducidade. Eles apresentaram um cronograma que termina em outubro de 2026, estão cumprindo esse cronograma e vamos seguir monitorando, para que, de fato, no ano que vem possamos integrar esse BRT completo, fazendo a ligação do ABC até a Linha 2 do metrô”, afirmou Tarcísio.
As obras do BRT ABC foram apresentadas em 2019, durante a gestão do ex-governador João Doria, em substituição ao monotrilho da Linha 18-Bronze. À época, o projeto foi defendido como a solução mais rápida para tirar do papel a ligação entre São Paulo e o ABC, mas, passados quase sete anos, o empreendimento ainda não entrou em operação.
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A substituição do monotrilho pelo BRT também representa um sistema mais lento e potencialmente mais caro ao passageiro. Enquanto a Linha 18 do metrô percorreria o trajeto entre São Bernardo do Campo e São Paulo em cerca de 29 minutos, o BRT, mesmo em sua modalidade expressa, deverá realizar o percurso em aproximadamente 40 minutos, com maior possibilidade de interferências devido aos cruzamentos viários.
A tarifa do BRT também pode seguir o modelo praticado no corredor de trólebus do ABD, com cobrança integral e eventual desconto na integração com o metrô. Já a Linha 18 teria a tarifa padrão do sistema metroferroviário, com integração gratuita a toda a rede de trens e metrô.
Outro ponto de destaque é a capacidade inferior do BRT em relação ao monotrilho. O BRT ABC foi projetado para atender cerca de 173 mil passageiros por dia, enquanto o monotrilho da Linha 18, segundo dados do Metrô, poderia transportar até 340 mil passageiros diários.
Há ainda informações divulgadas de que o BRT ABC poderia atingir uma demanda de até 600 mil passageiros por dia. O dado chama a atenção. Caso esse número se confirme, ele se aproximaria da capacidade de um sistema de metrô, porém utilizando ônibus com capacidade média de cerca de 200 passageiros por viagem, contra mais de 1.500 passageiros em uma composição metroviária. O BRT deverá operar com intervalos a partir de três minutos, enquanto sistemas de metrô podem alcançar intervalos mínimos de cerca de 75 segundos.







