A Rumo iniciou a operação de um novo sistema de proteção à fauna em trechos ferroviários localizados nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A tecnologia utiliza alertas sonoros para afastar animais silvestres da via férrea, reduzindo o risco de atropelamentos. O método é inédito no Brasil e alcançou 100% de eficácia durante os testes, passando a ser adotado em pontos estratégicos da malha que corta áreas do Cerrado.
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O chamado Sistema de Proteção de Fauna em Ferrovias foi implantado em regiões onde a ferrovia cruza corredores ecológicos relevantes, frequentados por espécies como anta, tamanduá-bandeira, lobo-guará, entre outros animais silvestres. A anta, considerada fundamental para o equilíbrio ambiental por sua atuação na dispersão de sementes, encontra-se atualmente na lista de espécies ameaçadas de extinção, o que reforça a importância da iniciativa.
Segundo a Rumo, o projeto busca minimizar impactos da operação ferroviária sobre a fauna, conciliando logística e preservação ambiental. “A proposta é reduzir conflitos entre os trens e os animais silvestres, utilizando soluções baseadas em estudos científicos e acompanhamento contínuo. A ferrovia precisa coexistir de forma responsável com os biomas que atravessa”, explica Tatiane Bressan Moreira, coordenadora do Programa de Proteção à Fauna da concessionária.
O desenvolvimento da tecnologia ocorreu em duas etapas. A fase inicial foi conduzida no Refúgio Biológico Bela Vista, da Itaipu Binacional, onde diferentes estímulos sonoros foram avaliados ao longo de cinco dias para observar a reação de antas mantidas sob cuidados humanos. Entre os sons testados, sirene de ambulância, buzina de trem e latido de cachorro apresentaram os melhores resultados na dispersão dos animais.
Após os testes controlados, o sistema foi implantado em trechos ferroviários considerados críticos, onde historicamente havia maior incidência de fauna nas proximidades da linha férrea. Desde então, não foram registrados atropelamentos de animais nas áreas monitoradas.
A concessionária segue analisando a resposta de diferentes espécies aos estímulos sonoros e estuda estratégias para evitar a adaptação dos animais aos ruídos ao longo do tempo. A expectativa é que, com o avanço do monitoramento, a tecnologia se consolide como uma solução permanente de mitigação de acidentes envolvendo fauna silvestre.
Atualmente, o sistema está em operação nos municípios de Aparecida do Taboado e Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, além de Alto Araguaia, Itiquira e Rondonópolis, no Mato Grosso. A empresa avalia expandir gradualmente a tecnologia para outros pontos da malha ferroviária, conforme a evolução dos estudos ambientais.
Pelos resultados alcançados e pelo caráter inovador, o projeto recebeu o primeiro lugar na categoria Sustentabilidade Ambiental do Prêmio Destaques ANTT 2025, promovido pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, que reconhece iniciativas com impacto positivo na segurança, na operação e na sustentabilidade do setor de transportes.




