Bonde sem trilhos será testado de forma autônoma no Paraná

Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná - AMEP

Na última semana, conforme noticiou o site, o chamado trem sem trilhos foi deslocado para o início dos testes. A novidade é que os primeiros experimentos com o veículo inovador deve começar já com uma condução autônoma, de acordo com Agência de Assuntos Metropolitanos (Amep).

O Bonde Urbano Digital (BUD), chegou na madrugada desta sexta-feira (28) ao Terminal São Roque, em Piraquara. A partir deste ponto, o veículo fará diariamente os testes finais na linha Pinhais–Piraquara antes de começar a receber passageiros. A Amep, responsável pelo projeto, estima que a operação comece no início de dezembro, caso todos os ensaios sejam concluídos com êxito. O Via Trolebus apurou que a operação pode ocorrer ainda na primeira quinzena.

Agência de Assuntos Metropolitanos do Paraná – AMEP

De acordo com o presidente da Amep, Gilson Santos, a chegada ao terminal marca uma nova fase do projeto. O BUD será testado todos os dias, principalmente em horários de menor movimento, para avaliar desempenho, acessos aos terminais e os trechos em que o veículo circulará de forma autônoma. Esses testes incluem o percurso completo e áreas onde já foram instalados marcadores magnéticos, tecnologia que compõe o chamado “trilho digital” e permite a condução automática por meio de ímãs no pavimento.

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Os marcadores foram implantados no Terminal São Roque e na Rodovia Leopoldo Jacomel. Eles possibilitam manobras autônomas sempre sob supervisão de motoristas treinados para operar o sistema. A fase atual ocorre após dois meses de preparação, período em que o veículo — enviado em módulos pela chinesa CRRC Corporation — foi montado, ajustado e acompanhado por técnicos da própria fabricante.

Nesse intervalo, também foram realizadas obras de sinalização, instalação da garagem e do sistema de recarga elétrica no Terminal de Piraquara, além da implantação dos ímãs nos trechos que contarão com condução automática.

Santos destaca que o BUD atuará como reforço às linhas convencionais, sem substituí-las. O veículo, com 30 metros de comprimento e capacidade para até 280 pessoas, deve atender cerca de 10 mil usuários por mês. A tarifa será a mesma do sistema metropolitano: R$ 5,50, com integração mantida.

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Se todos os testes tiverem sucesso, a expectativa é que o público comece a utilizar o novo modal no início de dezembro. O BUD é totalmente elétrico, utiliza supercapacitores em vez de baterias de lítio — o que permite carregamento mais rápido — e oferece menor nível de ruído, ar-condicionado e isolamento térmico e acústico.

A escolha de Piraquara para a implantação do sistema, segundo Santos, está alinhada ao perfil ambiental do município, conhecido pela preservação dos mananciais que abastecem a Região Metropolitana de Curitiba. Para ele, a operação do BUD representa um avanço em sustentabilidade, inovação e segurança, além de servir como modelo para possíveis expansões.

Quatro motoristas selecionados pelas empresas operadoras já passaram por duas semanas de treinamento teórico e prático e agora iniciam os testes no trajeto real. Entre eles está Gisele Mafra, que há 14 anos atua no transporte coletivo e descreve o BUD como muito mais moderno que os biarticulados. O colega Emílio Vargas, com 12 anos de profissão, também destaca a inovação e afirma estar motivado para a nova etapa.

Nos próximos dias, os treinamentos práticos seguirão em duplas, inicialmente aos finais de semana e no período noturno. Posteriormente, os quatro operadores realizarão testes conjuntos ao longo de todo o trajeto, acompanhados pela equipe técnica da fabricante chinesa.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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