A Prefeitura de São Paulo planeja implantar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na região central da cidade. A proposta, batizada de “Bonde São Paulo”, integra o Plano de Metas da atual gestão, que prevê a conclusão dos estudos técnicos e a publicação do edital de licitação para o novo sistema de transporte.
O projeto também foi citado no relatório “Estudo Nacional de Mobilidade Urbana: Desenvolvimento do Transporte Público de Média e Alta Capacidade nas Principais Regiões Metropolitanas do País (ENMU)”, elaborado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades, que estima investimentos de cerca de R$ 1,2 bilhão.
🚎 Fique por dentro das notícias mais recentes sobre mobilidade:
✅ Canal do Via Trolebus no WhatsApp
✅ Canal do Via Trolebus no Telegram
Durante apresentação no Instituto de Engenharia, representantes da SP Urbanismo detalharam o conceito do VLT, que deverá circular por vias do centro histórico. Segundo Pedro Martin Fernandes, diretor-presidente da empresa, o sistema tem como foco a integração com outros modais.
“O VLT fará a conexão com nove estações de metrô, cinco terminais de ônibus e duas estações da CPTM, além de manter uma boa relação com os pedestres”, destacou.
A iniciativa faz parte da estratégia da Prefeitura de revitalizar o centro da capital e atrair 200 mil novos moradores para a região.
Traçado e integração urbana
De acordo com Rafael Barreto Castelo da Cruz, diretor de Desenvolvimento Urbano da SP Urbanismo, a primeira linha do VLT terá formato circular, percorrendo o centro em dois sentidos — horário e anti-horário —, acompanhando o trajeto da rótula central.
O traçado ainda está em análise, mas deve incluir vias icônicas como a Rua Direita, o Viaduto do Chá, o entorno do Theatro Municipal e a Rua da Cantareira. Uma segunda linha está prevista para ligar o centro ao bairro do Bom Retiro, ampliando a cobertura do sistema.
Além do transporte, o projeto prevê intervenções urbanísticas para melhorar o ambiente do centro, como calçadas mais largas, áreas verdes e gramados entre os trilhos, que ajudarão na drenagem e na valorização dos espaços públicos.
“Não é apenas a implantação de um novo modal, mas um projeto urbanístico estruturador, que transforma o território”, afirmou Barreto.
Tecnologia e material rodante
Os trens do Bonde São Paulo deverão ser de piso baixo, adequados para rampas de até 6% de inclinação e curvas com raio mínimo de 25 metros. A frota inicial está estimada em 36 composições.
A Prefeitura ainda avalia diferentes tecnologias de tração, incluindo sistemas com rede elétrica aérea, baterias, supercapacitores, hidrogênio e até trens de trilho virtual. A escolha final será definida no edital da licitação, que deverá ser lançado após a conclusão dos estudos técnicos.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus





