O projeto do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Guarulhos voltou a ganhar destaque em documento recente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que projeta investimentos de cerca de R$ 1,057 bilhão para a implantação do sistema dentro da rede planejada até o ano de 2054.
O estudo integra o relatório “Estudo Nacional de Mobilidade Urbana: Desenvolvimento do Transporte Público de Média e Alta Capacidade nas Principais Regiões Metropolitanas do País (ENMU)”, elaborado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades. O documento atualiza informações sobre o projeto, que vinha sendo pouco mencionado nos últimos anos.
Linha de 10 km e 19 estações
De acordo com o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Guarulhos (PMU-Guarulhos), elaborado em 2019, o VLT é considerado uma solução estratégica para melhorar o transporte coletivo e reduzir a dependência de ônibus e automóveis. Os estudos de viabilidade contaram com apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), da CODATU e da Agência de Urbanismo de Lyon.
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O projeto prevê uma linha com 10,3 quilômetros de extensão e 19 estações, atendendo a regiões de grande relevância urbana. A operação deve ocorrer com intervalos de aproximadamente seis minutos, com capacidade para atender cerca de 54 mil passageiros por dia.
O traçado do VLT deve acompanhar o Parque Linear Transguarulhense, passando pelo Shopping Bosque Maia e pelo Parque Bosque Maia, ao longo da Avenida Paulo Faccini, até chegar à Estação Aeroporto Guarulhos, da CPTM. O sistema deverá se integrar à Linha 13-Jade e à futura Linha 19-Celeste do Metrô, ampliando a conectividade com a rede metropolitana.
Impacto urbano e ambiental
Além de melhorar a mobilidade, o projeto também prevê intervenções urbanas na Avenida Paulo Faccini, com modernização das calçadas, implantação de ciclovias e requalificação viária, estimulando a valorização da região central.
O Estudo de Pré-Viabilidade Técnica, Econômica e Socioambiental, concluído em junho de 2023 com financiamento do BNDES e do banco alemão KfW, detalhou custos, estimativas de demanda e impactos ambientais. Segundo o levantamento, o VLT poderá evitar entre 7 mil e 7,7 mil toneladas de emissões de CO₂ por ano a partir de 2030, chegando a 16 mil toneladas anuais até 2050.
Foram analisadas duas possíveis rotas — a principal pela Avenida Paulo Faccini e uma alternativa pela Avenida Salgado Filho — com variações pequenas entre os traçados. O estudo reforça que o sistema é uma oportunidade estratégica para o futuro da mobilidade em Guarulhos, conectando áreas de alto potencial de desenvolvimento e promovendo uma transição mais sustentável no transporte público da cidade.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus






