O governo da Argentina está avançando com o plano de privatização do sistema nacional de transporte ferroviário de cargas, atualmente operado pela estatal Belgrano Cargas y Logística. O projeto prevê a divisão da companhia em três unidades de negócios independentes, abrindo espaço para maior participação da iniciativa privada no setor.
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De acordo com o plano oficial, os ativos da Belgrano serão desmembrados da seguinte forma: o material rodante (locomotivas e vagões) será vendido por meio de leilões públicos; a infraestrutura de via e imóveis comerciais será concedida a operadores privados, mas continuará sob propriedade do Estado; e os pátios e oficinas ferroviárias também serão explorados via concessões.
Os editais de licitação devem ser lançados até o final deste ano, e a previsão é que os contratos das concessões das linhas San Martín e Belgrano sejam assinados até março de 2026.
Entre os grupos interessados está a empresa Mexico Group Transport (GMXT), braço ferroviário do conglomerado mexicano Grupo México, que já teria iniciado conversas com autoridades argentinas. Segundo o portal Infobae, a empresa prepara uma proposta de investimento superior a US$ 3 bilhões. O grupo transporta mais de 100 milhões de toneladas de carga por ano em território mexicano e vê na Argentina uma oportunidade estratégica de expansão.
O processo de privatização também vem atraindo a atenção de multinacionais do agronegócio com forte presença no país e dependência do transporte ferroviário para escoamento de grãos e produtos agrícolas. Empresas como Bunge, Louis Dreyfus Company, Cargill, ACA e Aceitera General Deheza (AGD) estariam formando um consórcio para disputar a concessão da Belgrano.
O setor de mineração argentino também avalia participar do processo, buscando garantir e ampliar os serviços ferroviários nas regiões de Vaca Muerta e no corredor noroeste, áreas estratégicas para a exploração de lítio, cobre e outros minerais.
Durante eventos do setor realizados nas províncias de San Juan e Catamarca, o presidente da Belgrano Cargas, Alejandro Núñez, incentivou as empresas mineradoras a se envolverem na licitação. Segundo ele, os contratos de transporte de longo prazo com o setor podem ser determinantes para a viabilidade econômica das novas concessões privadas.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus





