Por que o Rio quer trocar o BRT pelo VLT?

Imagem editada por IA

Recentemente, a Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou que pretende substituir os ônibus do sistema BRT por veículos leves sobre trilhos (VLT). A medida abrange, inicialmente, dois corredores: o Transcarioca e o Transoeste. O projeto já foi aprovado na Câmara de Vereadores e agora aguarda sanção do prefeito Eduardo Paes.

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Segundo a administração municipal, os novos sistemas poderão transportar até 16 mil passageiros por hora e por sentido nos horários de pico. De acordo com publicação do site Mobilize, os sistemas de VLT têm capacidade equivalente à dos corredores de BRT, variando entre 10 mil e 30 mil passageiros por hora e por sentido.

O G1 informou que a prefeitura acredita em uma redução no tempo de viagem, embora o portal não tenha detalhado como isso será alcançado. Outro ponto destacado pelo governo municipal é a diminuição na emissão de poluentes, já que o novo sistema de VLT ou VLP (Veículo Leve sobre Pneus) será elétrico. A estimativa é de redução de R$ 19,8 milhões por ano em emissões de gases poluentes. O projeto também prevê maior conforto acústico e térmico para os passageiros e menor custo operacional, embora a prefeitura não tenha explicado como chegou a esses números.

Renato Lobo – Via Trolebus

Vale destacar que ônibus elétricos utilizados em sistemas de BRT também oferecem vantagens semelhantes — como conforto, baixo ruído e emissão zero —, o que levanta o questionamento sobre qual seria o real motivo da substituição.

Um dos fatores apontados é a maior durabilidade dos veículos ferroviários, que podem operar por até 30 anos, enquanto os ônibus geralmente têm vida útil de cerca de 20 anos. Além disso, o sucesso do VLT no Centro do Rio teria sido determinante para a decisão.

“Queremos melhorar a qualidade do transporte para o carioca e apontar um caminho para o Rio do futuro. O VLT é um case de sucesso aqui e no mundo. É a transição para um Rio mais sustentável e com um modal aprovado pela população no Centro e no Porto. A última pesquisa apontou 88% de aprovação do VLT”, declarou em 2022 o presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), Gustavo Guerrante.

Com a expansão do modelo, o Rio de Janeiro deverá totalizar 251 km de trilhos, tornando-se o maior sistema de VLT das Américas. Atualmente, são 28 km em operação nas regiões do Centro e do Porto Maravilha.

Segundo a prefeitura, o novo projeto só é possível graças ao investimento já feito na infraestrutura dos corredores BRT — estimado em R$ 4,5 bilhões na Transcarioca e R$ 2,5 bilhões na Transoeste —, o que reduz significativamente os custos da adaptação.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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