O Rio de Janeiro estuda a instalação do chamado Autonomous Rail Rapid Transit (ART) — conhecido no Paraná como Bonde Urbano Digital (BUD) —, um tipo de trem que dispensa o uso de trilhos e se movimenta por meio de sensores instalados na via. A cidade é uma das sete capitais que avaliam a tecnologia.
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A opção está sendo analisada em paralelo à tramitação do Projeto de Lei Complementar nº 56/2025, aprovado em primeira discussão na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, que pretende transformar os corredores de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) Transcarioca e Transoeste em sistemas de trens leves. A proposta recebeu 37 votos favoráveis e três contrários, e ainda precisará passar por uma segunda votação antes de seguir para sanção ou veto do prefeito Eduardo Paes.
A Comissão de Transportes da Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou, nesta quinta-feira (16), uma audiência pública para debater o projeto, esclarecer dúvidas e discutir os possíveis impactos da medida.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Osmar Carneiro, mencionou a possibilidade de adoção dos Veículos Leves sobre Pneus (VLPs), em referência ao trem sem trilhos.
“Visitamos as duas únicas fábricas do mundo com essa tecnologia, na China. Ela parece promissora em termos de custo-benefício, mas ainda precisamos compreender melhor seu funcionamento”, afirmou.
A secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio, destacou os estudos desenvolvidos em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para avaliar as adaptações necessárias.
“Os investimentos são mais altos, mas a qualidade é maior e perdura por mais tempo. A vida útil de um ônibus é menor que a de um trem”, afirmou.
De acordo com Celidonio, a conversão dos corredores em VLTs seria mais viável, uma vez que as estruturas do BRT já contam com calhas e áreas desapropriadas, o que possibilita uma execução mais ágil do projeto.
Sobre as escolhas pela Transcarioca e pela Transoeste, a secretária explicou que esses corredores já estão consolidados, e que os gestores conhecem bem suas características e demandas.
“Só se sustenta uma conversão quando se conhece a dinâmica e a demanda. Temos dois corredores consolidados, o que nos dá tranquilidade técnica”, observou.
Atualmente, a Transcarioca liga os terminais Alvorada e Fundão, possui 45 estações e capacidade para transportar 16 mil passageiros por hora em cada sentido. Já a Transoeste, formada pelos terminais Santa Cruz, Mato Alto, Pingo d’Água, Curral Falso, Alvorada e Jardim Oceânico, conta com 41 estações e a mesma capacidade estimada de transporte.
Durante a audiência, Osmar Carneiro também mencionou o projeto do VLT de São Cristóvão, que terá cinco paradas e 5,2 quilômetros de extensão em via dupla.
“Temos a vantagem de integrar o Pavilhão de São Cristóvão, a Quinta da Boa Vista e o Museu Nacional com a estação do VLT de São Cristóvão, o metrô, o trem e os ônibus”, explicou.
Em audiência anterior na Câmara, Maína Celidonio havia destacado o projeto de São Cristóvão como o de melhor custo-benefício entre os analisados.
Encerrando o encontro, o presidente do colegiado, vereador Marcelo Diniz (PSD), ressaltou o papel da Casa Legislativa no diálogo com o governo municipal.
“A Câmara e o Executivo tentam caminhar lado a lado para buscar o melhor para a cidade e para a população”, afirmou.
Também participaram da audiência os vereadores Rafael Aloisio Freitas (PSD), primeiro-secretário da Câmara do Rio, Márcio Ribeiro (PSD), líder do governo, e Guilherme Braga de Oliveira Alves, subsecretário de Transportes e Operações.





