O processo de concessão da Linha 10-Turquesa e a licitação da nova Linha 14-Ônix, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), podem sofrer atraso em relação ao cronograma inicialmente previsto pelo governo de São Paulo.
No site da Secretaria de Parcerias e Investimentos, consta que o chamado Lote ABC-Guarulhos teria leilão marcado para o quarto trimestre deste ano. No entanto, em entrevista ao Diário do Grande ABC, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que a concorrência pública pode ser realizada apenas “no início do ano que vem”.
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Caso o leilão seja efetivado, essa será a última linha da CPTM a ser concedida à iniciativa privada. Diferente dos lotes anteriores, o projeto inclui a construção de uma linha totalmente nova: a Linha 14-Ônix, que será um VLT ligando Guarulhos a Santo André.
Os investimentos previstos chegam a R$ 19 bilhões. O empreendimento é considerado greenfield, ou seja, um projeto iniciado do zero em uma área sem infraestrutura prévia. Estão previstas até 23 novas estações para a Linha 14. Somando-se as duas linhas, a demanda estimada é de 777 mil passageiros por dia.
No total, o escopo do projeto contempla 27 estações: 23 na Linha 14-Ônix e 4 na Linha 10-Turquesa, além de reconstruções, reformas e adequações das paradas já existentes.
Especialista contesta VLT na Linha 14
A escolha da adoção da um VLT no novo eixo de transporte é contestada por especialistas em mobilidade. É o caso do site Plamurb, que classifica a troca de um trem pesado, anteriormente elencado pela CPTM, por um trem leve, como “erro grosseiro”. “A Linha 14-Ônix é uma linha integradora que recebe e transfere passageiros para as linhas com as quais se conecta”, diz o artigo do site.
O artigo usa com o base dados do PITU 2040, onde a demanda poderia chegar a 750 mil por dia. A CPTM, por sua vez, fala em uma demanda de quase 700 mil. Já o VLT teria 225 mil passageiros por dia em 2050, de acordo com a SPI.
O governo do Estado defende a adoção de um VLT no novo eixo com o argumento de que a pandemia mudou profundamente o movimento de passageiros. Durante uma das audiências públicas do lote ABC-Guarulhos, Augusto Almudin, diretor de assuntos corporativos da Companhia Paulista de Parcerias (CPP), afirmou que a Linha 14 será um ramal de distribuição de passageiros, em que há grande renovação pelo seu trajeto.
