Metrô de Salvador inicia primeira revisão geral de sua frota

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Os trens do metrô de Salvador e Lauro de Freitas, operados pela CCR Metrô Bahia, iniciaram a primeira revisão geral desde o início das operações. A manutenção ocorre após a frota atingir cerca de 1,2 milhão de quilômetros rodados — marca que, segundo o fabricante, indica o momento ideal para uma intervenção mais profunda, com o objetivo de ampliar a vida útil dos equipamentos e manter a confiabilidade do sistema.

Em entrevista ao Via Trolebus, o gerente de manutenção de veículos da CCR Metrô Bahia, Caio Cardoso, classificou o processo como um marco na história do sistema metroviário baiano. A revisão geral, segundo ele, é feita sem impacto para os passageiros, com os trens sendo recolhidos fora dos horários de pico e liberados a tempo para os momentos de maior demanda.

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Durante a manutenção, os trens passam por um processo minucioso de desmontagem. Um dos focos é o truque — conjunto que abriga rodas, freios, suspensão e motores. “Removemos o truque do trem, desmontamos todos os seus componentes e realizamos testes estruturais, como o ensaio de partículas magnéticas para detectar possíveis fissuras. Em seguida, substituímos por peças novas ou revisadas por empresas especializadas”, explicou Cardoso.

Outros sistemas também passam por renovação, como o ar-condicionado, as válvulas pneumáticas, o compressor de ar, os mecanismos das portas e os motores de tração, que são completamente desmontados e testados. Ao todo, mais de 300 itens são substituídos ou revitalizados em cada trem.

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A operação de revisão geral conta com uma equipe exclusiva de mais de dez colaboradores da CCR, além de contratos com oito empresas especializadas para etapas externas, como a revisão de engates automáticos e amortecedores. O processo completo para cada trem dura cerca de um mês, mas a preparação e recuperação das peças retiradas pode levar de dois a três meses.

O cronograma, segundo Cardoso, é contínuo: “Com uma frota de 40 trens, quando terminarmos a revisão do último da série atual, já estaremos iniciando a do primeiro novamente. É um ciclo que não para.” A expectativa da concessionária é que, ao final de cada revisão, os trens voltem à operação com desempenho próximo ao de fábrica, com maior confiabilidade e redução de falhas.

O cronograma é interessante citar que pela quantidade de frota que a gente tem aqui no Metrô Bahia, 40 trens, é um ciclo que quando ele inicia, ele não termina, ele é contínuo, porque quando eu tiver acabando o último trem dessa série 2000, eu vou estar iniciando o ciclo de 2400 do primeiro trem que eu fiz agora

O investimento para a estruturação dessa nova etapa de manutenção foi de aproximadamente R$ 3 milhões, valor destinado à adaptação das oficinas, aquisição de equipamentos e ampliação da equipe técnica. Segundo Cardoso, a primeira revisão também trouxe oportunidades de aprendizado para tornar o processo mais ágil e eficiente nas próximas execuções.

Apesar do caráter técnico da revisão, o layout interno dos trens permanece o mesmo, sem mudanças no salão de passageiros. O foco é garantir que os trens continuem operando com segurança e alta qualidade por mais um ciclo de um milhão e duzentos mil quilômetros.

Realmente é um grande marco dentro da concessionária, quando chega o processo de revisão geral, é uma mobilização muito grande da empresa, da engenharia, de todas as áreas envolvidas, a gente previu um investimento de aproximadamente 3 milhões para que a gente fizesse adequações nas oficinas, comprasse equipamentos e aumentasse o nosso quadro de colaboradores para receber essa nova demanda. Então, realmente é algo que traz um impacto muito grande e que a gente espera que, cada vez mais, a gente consiga reduzir esse tempo de execução, enxergar onde estão as oportunidades para gerar eficiência para o nosso negócio.

Via Trolebus