O Brasil conta atualmente com dois sistemas de Veículos Leves sobre Trilhos (VLTs) elétricos, em operação no Rio de Janeiro e na Baixada Santista, além de seis sistemas movidos a diesel. Com frequência, propostas para novos bondes modernos reaparecem, geralmente associadas a planos de requalificação urbana ou melhorias na mobilidade.
O Via Trolebus preparou um panorama dos principais projetos em desenvolvimento e o estágio atual de cada um:
Bonde São Paulo
O Bonde de São Paulo prevê duas linhas de VLT conectando o centro histórico da capital com o bairro do Bom Retiro. Estão em estudo versões elétricas, movidas a hidrogênio, ou até o modelo ART (Veículo Leve Pneumático). A empresa Geométrica Engenharia de Projetos foi contratada para apoiar os estudos ambientais e avaliar a viabilidade técnica, econômica e ambiental do sistema. A prefeitura pretende lançar o edital ainda na atual gestão, com operação prevista para a próxima década.
VLT entre Guarulhos e Santo André
A Linha 14-Ônix, que ligará Guarulhos a Santo André, terá 32 km e 22 estações, atravessando a zona leste de São Paulo. O sistema será semi-segregado, com trechos mistos, elevados e em túnel. A concessão da linha, junto com a Linha 10, deve ser licitada ainda este ano. A operação é esperada para a década de 2030.
Campinas e região
O VLT de Campinas contará com 44 km de trilhos, com dois ramais de 22 km cada e 18 estações, atendendo a três municípios e conectando o futuro TIC Eixo Norte, o centro de Campinas e o Aeroporto de Viracopos. A licitação está prevista para 2027, e o sistema poderá entrar em operação na década seguinte.
Sorocaba
Já o VLT de Sorocaba terá 25 km e 13 estações, aproveitando a malha ferroviária existente, reforçando a mobilidade local e criando conexão com o TIC Eixo Oeste rumo a São Paulo. A concessão deve ser lançada em 2028, com funcionamento também previsto para os anos 2030.
Bauru
Em Bauru, a prefeitura formou um grupo de trabalho para analisar a viabilidade de um VLT, aproveitando parte da linha férrea já existente. A contratação dos estudos está prevista para 2025, com publicação do edital de seleção da empresa responsável.
Curitiba
No Paraná, o projeto do VLT entre Curitiba e São José dos Pinhais pretende substituir o BRT do Eixo Boqueirão, com extensão até o Aeroporto Afonso Pena, passando pelo Terminal Central de São José dos Pinhais. O consórcio responsável pelos estudos de viabilidade foi apresentado recentemente, com apoio da Amep e do BNDES. O modelo de concessão ainda será definido.
Vitória
Na região de Vitória e Vila Velha, o projeto inclui três linhas de VLT com via dupla e veículos elétricos. O sistema será integrado física e tarifariamente com outros modais da Região Metropolitana da Grande Vitória.
Niterói
Em Niterói, uma parceria entre a prefeitura e o governo federal prevê a implantação de um VLT de 5 km com 9 estações, ligando o bairro do Barreto ao Centro (Terminal João Goulart). A proposta faz parte de um plano de reestruturação da mobilidade urbana local.
Florianópolis
Por fim, na Região Metropolitana de Florianópolis, o Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável) retomou os estudos para a implantação de um VLT. A proposta está em estágio inicial e deve complementar os sistemas de transporte já existentes.
