O prefeito Ricardo Nunes confirmou nesta quarta-feira (23) a formalização de um acordo com o Banco da China para uma linha de crédito no valor de US$ 100 milhões. Os recursos serão destinados à compra de novos ônibus elétricos para o transporte público da capital paulista. Segundo Nunes, o contrato ainda aguarda apenas o envio de alguns documentos finais, mas o entendimento entre as partes já está firmado.
“Falta apenas a entrega de documentação, mas o acordo já está fechado. Hoje batemos o martelo sobre esses 100 milhões de dólares”, afirmou o prefeito, que cumpre uma missão oficial na China e no Japão até o dia 1º de maio. Durante a viagem, Nunes participa de encontros voltados à troca de experiências em tecnologia nas áreas de segurança, mobilidade urbana, sustentabilidade, empreendedorismo e capacitação profissional de jovens.

O financiamento viabilizará a aquisição de ônibus elétricos de montadoras chinesas, com possibilidade de produção no Brasil. De acordo com Nunes, a taxa de juros acordada é significativamente inferior à praticada por outras instituições financeiras, incluindo bancos internacionais, e o prazo de pagamento será de 10 anos. O prefeito estima que a economia gerada em uma década poderá chegar a R$ 2,4 milhões — ou cerca de R$ 240 mil por ano — considerando que, atualmente, um ônibus movido a diesel custa R$ 25 mil por mês para operar, enquanto o elétrico tem custo mensal de R$ 5 mil. “Com esse financiamento de longo prazo e juros baixos, o ônibus elétrico praticamente se paga sozinho. É uma vitória ambiental, operacional e econômica”, destacou.
Montadora Brasileira diz que não recebeu
Apesar dos avanços, a eletrificação da frota ainda enfrenta entraves. A Mercedes-Benz já entregou 175 ônibus elétricos à Prefeitura, mas o pagamento integral ainda não foi realizado. Segundo a montadora e a administração municipal, a pendência se deve à ausência de infraestrutura elétrica nas garagens para recarga dos veículos — responsabilidade da concessionária Enel Distribuição São Paulo.
A Prefeitura afirma que só pode efetuar os pagamentos pelos veículos que já estão em operação. “A empresa ainda não recebeu o valor total do contrato”, informou a Mercedes-Benz em nota. O contrato firmado é de R$ 300 milhões.
Em resposta, a Prefeitura de São Paulo afirma que aguarda a atuação da Enel na implantação da infraestrutura necessária e reitera seu compromisso com a redução da poluição gerada pela frota de ônibus da cidade.