Pequim, uma das maiores metrópoles do mundo, mantém viva uma solução de mobilidade sustentável que mistura tradição e inovação: o trólebus. Com uma rede que ultrapassa 30 linhas e uma frota de cerca de 1.250 veículos, a capital chinesa opera um dos sistemas de trólebus mais extensos e avançados do planeta.
Mas o mais impressionante é que a rede elétrica não cobre toda essa malha. Enquanto os ônibus elétricos estão conectados à rede elétrica, suas baterias são carregadas. Quando circulam fora da área coberta pelos fios, eles operam por meio das baterias.

A transição entre o modo trólebus e o modo a bateria leva apenas 10 a 15 segundos. Quando o veículo passa para o modo a bateria, as hastes de captação são recolhidas automaticamente por um sistema pneumático. Já na transição de volta ao modo trólebus, um tipo de “chapéu guia” direciona os cabos até o fio de contato, religando o sistema.
Essa configuração permite que o trólebus opere de forma eficiente mesmo em áreas em que a instalação da rede elétrica seria inviável, preservando ao mesmo tempo as vantagens de um transporte limpo, silencioso e de alta durabilidade.
Ou seja, a cidade aproveitou sua malha já existente para incentivar a adoção de veículos a bateria, sem depender exclusivamente de carregamentos nas garagens.

Os veículos usados nesse sistema foram fabricados pela Beiqi Foton Motor Co., Ltd., também conhecida como Foton Motor ou apenas Foton — uma fabricante chinesa de caminhões, ônibus, tratores, máquinas pesadas e veículos leves e pesados, como vans, furgões e SUVs.
A experiência de Pequim mostra que, longe de ser uma tecnologia do passado, o trólebus pode se reinventar e ocupar um papel central em sistemas de transporte sustentável, combinando zero emissão local, flexibilidade operacional e alto grau de automação.