Uma prática perigosa, comum nas décadas de 1980 e 1990, voltou a ser registrada nos trilhos do Brasil: o chamado “surfe ferroviário” — quando pessoas viajam do lado de fora dos trens. Além de ilegal, a ação coloca em risco a vida de quem a realiza e pode comprometer toda a operação ferroviária.
De acordo com a SuperVia, concessionária responsável pelos trens metropolitanos do Rio de Janeiro, foram registrados 46 casos de “surfistas de trem” ao longo de 2024. Os meses com mais ocorrências foram setembro (13 casos) e novembro (8 casos). Em 2025, até o mês de março, já foram identificados 12 episódios, sendo janeiro o mais crítico, com 5 registros.
A empresa informa que tem atuado em conjunto com as autoridades para coibir esse tipo de comportamento e reforçar a conscientização da população sobre os riscos envolvidos.

Nos últimos dias, um vídeo mostrando ao menos seis adolescentes viajando de forma irregular do lado de fora de um trem viralizou nas redes sociais, gerando preocupação entre os internautas.
“Essa atitude é irresponsável e coloca em risco a vida dos próprios infratores, além de impactar a nossa operação. Já identificamos os perfis que divulgaram esse conteúdo e estamos encaminhando o material às autoridades competentes. Também realizamos contato direto com os responsáveis pelas postagens, que chegaram a debochar da situação. Esse deboche é contra a própria vida”, declarou Juliana Barreto, gerente de Comunicação e Sustentabilidade da SuperVia.
Segundo a concessionária, o ramal de Japeri é o mais afetado, principalmente no trecho entre Ricardo de Albuquerque e Edson Passos/Mesquita. Quando alguém é flagrado praticando o “surfe ferroviário”, a viagem é interrompida até que a pessoa seja retirada e encaminhada à delegacia, com apoio do GPFer (Grupamento de Polícia Ferroviária) ou dos batalhões da região. Essa situação, além de perigosa, provoca atrasos em toda a linha.
A SuperVia reforça que denúncias sobre ações que coloquem em risco a segurança dos passageiros e da operação podem ser feitas por meio dos canais oficiais da empresa ou pelo Disque Denúncia (2253-1177).