A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) apresentou o Relatório de Emissões de Gases de Efeito Estufa 2024, seu primeiro inventário oficial de emissões. O documento marca um passo inédito tanto para a empresa quanto para o setor de transporte ferroviário urbano de passageiros no país, ao consolidar informações ambientais de forma estruturada e transparente.
A divulgação ocorre em um período de intensa discussão sobre políticas ambientais, coincidindo com o Summit Agenda SP+Verde, promovido pelo Governo de São Paulo, e com a realização da COP 30, em Belém (PA), evento que reúne representantes de diversos países para debater ações climáticas entre 10 e 21 de novembro.
Metodologia inédita no setor
Elaborado em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie, o relatório segue os parâmetros do Programa Brasileiro GHG Protocol e da norma ABNT NBR ISO 14064-1:2022. A CPTM se torna, assim, a primeira operadora de trens metropolitanos de passageiros a adotar oficialmente esse modelo de inventário no Brasil.
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A empresa definiu 2024 como ano-base para monitorar suas emissões, criando um marco que permitirá o acompanhamento contínuo e a definição de metas futuras de redução. O estudo seguiu práticas de transparência, critérios técnicos de medição e controle de incertezas para garantir confiabilidade aos dados apresentados.
Emissões e desempenho climático
Segundo o levantamento, a CPTM registrou 37.379 toneladas de CO₂ equivalente em 2024, somando emissões diretas e indiretas relacionadas às operações.
A distribuição por escopo aponta:
- Escopo 1 – 20,3%: emissões fugitivas de SF₆ e gases refrigerantes;
- Escopo 2 – 56,8%: consumo de energia elétrica;
- Escopo 3 – 23,9%: resíduos provenientes de obras e atividades operacionais.
Mesmo com alto consumo de energia elétrica, característico do transporte sobre trilhos, o sistema apresentou um dos melhores índices de eficiência climática do setor: 3,3 g de CO₂e por passageiro/km, desempenho 96% inferior ao de um ônibus urbano movido a diesel. Na prática, uma viagem de trem emite até 27 vezes menos carbono que o mesmo deslocamento realizado por ônibus.
Os resultados reforçam a importância do transporte ferroviário para reduzir emissões nas regiões metropolitanas e apoiar a transição para cidades mais sustentáveis.
Planejamento e próximas etapas
Com o relatório, a CPTM destaca que avança na integração de práticas ESG à sua estratégia de operação e investimento, ampliando a capacidade de inserção em mercados de carbono e oportunidades de financiamento voltadas à sustentabilidade.
O documento completo está disponível no site da companhia.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus







