Os municípios de Rio Grande da Serra e Suzano são interligados por uma ferrovia utilizada atualmente para o transporte de cargas, permitindo o deslocamento entre as duas cidades sem que seja necessário cruzar a área central da capital paulista.
A via, identificada como EF-479 — também chamada de Trecho Leste do Ferroanel — foi implantada entre 1966 e 1971 e possui uma extensão total de 31 quilômetros.
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Periodicamente, lideranças políticas voltam a discutir a possibilidade de ativar esse trecho para a operação de trens de passageiros. A própria CPTM já avaliou a alternativa no passado, mas, de acordo com a administração estadual atual, o empreendimento não avançará por causa da provável baixa demanda.
O governador Tarcísio de Freitas, em entrevista ao Diário do Grande ABC, afirmou:
“Não está no radar ainda. O que está no radar é a ligação do Grande ABC e Guarulhos, que é a Linha 14-Ônix. Já temos projeto pronto, ligando a parada Pirelli (futura Estação ABC) à Zona Leste de São Paulo, chegando a Guarulhos. Nem faria sentido (esse projeto) neste momento, pois Rio Grande da Serra e Suzano já estão conectados com a rede metroferroviária, e o trajeto mais comum é dessas cidades para o Centro de São Paulo.”
Renato Lobo – Via Trolebus
Estudo da CPTM
O Via Trolebus teve acesso a um estudo interno elaborado em 2005 pela Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que avaliou a viabilidade de implantar um serviço de passageiros no trecho. O documento menciona que “diversos foram os pleitos já enviados à CPTM consultando a viabilidade de tal empreendimento, e assim se faz necessário esse primeiro estudo qualitativo do serviço”.
A análise técnica conclui que, mesmo considerando um cenário de médio prazo, a demanda prevista não justificaria a implantação de uma linha de alta capacidade. O segmento com maior movimentação teria uma projeção de 2.500 passageiros por hora no pico, o que corresponde a 12,5% da capacidade total da operação modelada — 20 mil passageiros por hora/sentido, levando em conta trens com 2.000 lugares e intervalos de 6 minutos.
Para atender um potencial de cerca de 55 mil passageiros por dia, seriam necessários investimentos de aproximadamente R$ 1 bilhão, tomando como referência um custo de 10 milhões de dólares por quilômetro com sinalização e eletrificação, sem incluir o valor do material rodante.
Com base nesses dados, o relatório apontava que alternativas mais adequadas poderiam envolver melhorias no sistema viário e aumento da integração entre os modais já existentes, em vez da implantação do serviço ferroviário de passageiros no trecho.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus





