Associação da Mooca pede mais prazo para análise de estudos sobre o projeto da Linha 16-Violeta
A Associação Av. Henry Ford, Mooca e Região protocolou um pedido formal ao Governo do Estado de São Paulo solicitando a ampliação, por mais 30 dias, do prazo para o envio de sugestões e contribuições referentes à concessão da Linha 16-Violeta do Metrô. O requerimento, encaminhado à Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI), tem como base a Consulta Pública nº 11/2025.
A solicitação foi feita após uma reunião entre representantes da entidade e os secretários Rafael Benini (Parcerias em Investimentos) e Marcos Penido (Executivo de Governo e Relações Institucionais), realizada na sede da pasta. Liderados pelo presidente executivo Anderson Festa, os empresários afirmam que há a necessidade de um diálogo técnico mais aprofundado sobre o local escolhido para o pátio de manobras de trens da futura linha, que, segundo a associação, pode afetar diretamente mais de 40 empresas instaladas na Avenida Henry Ford, Rua Cadiriri e arredores.
🚎 Fique por dentro das notícias mais recentes sobre mobilidade:
✅ Canal do Via Trolebus no WhatsApp
✅ Canal do Via Trolebus no Telegram
No encontro, os representantes manifestaram apoio à implantação da Linha 16-Violeta, mas apresentaram alternativas de localização para o pátio, de modo a evitar o fechamento de empreendimentos e a perda de empregos na região.
Acesso tardio aos estudos técnicos
De acordo com o ofício protocolado, o acesso ao data room com os estudos do projeto ocorreu apenas em 6 de outubro, um dia antes da audiência pública presencial, realizada no dia 7. O conjunto de documentos incluía milhares de páginas, entre elas relatórios como o Estudo de Alternativas Locacionais do Pátio de Trens (38 páginas), o Estudo Funcional (130 páginas) e o Estudo de Desapropriação (3.536 páginas), além de planilhas e estimativas de custo.
A entidade argumenta que o curto intervalo entre a liberação do material e o prazo para contribuições inviabilizou uma análise detalhada.
“Estamos falando de milhares de páginas com dados técnicos e mapas complexos, que exigem interpretação de engenheiros e urbanistas. É inviável que qualquer entidade consiga absorver tudo em menos de 24 horas”, afirmou Anderson Festa.
O documento também cita o artigo 21 da Lei nº 14.133/2021, que determina a divulgação prévia e com tempo razoável dos estudos técnicos para garantir a participação efetiva da sociedade civil. A associação alega que o prazo reduzido enfraquece o caráter participativo da consulta pública e compromete a transparência do processo.
Questionamentos sobre indenizações
Durante a análise preliminar dos documentos, a associação afirma ter encontrado inconsistências nas estimativas de desapropriação, que considerariam apenas o valor dos terrenos e benfeitorias, sem incluir fatores previstos em lei. Segundo a entidade, isso pode comprometer a avaliação econômica do projeto e reforça a necessidade de revisão técnica.
Mesmo com as críticas, a associação reiterou apoio à expansão da rede metroviária e reconheceu a importância da Linha 16-Violeta para a mobilidade da capital paulista. No entanto, defendeu que grandes obras públicas sejam conduzidas de forma participativa e que preservem as atividades produtivas da região.
A área que compreende a Avenida Henry Ford e vias próximas abriga cerca de 228 empresas, responsáveis por mais de 15 mil empregos diretos. O grupo sugeriu que o governo avalie áreas alternativas, como a Avenida Presidente Wilson, considerada mais adequada para receber o pátio de trens sem afetar o parque industrial local.
“Nosso objetivo é colaborar com o poder público para encontrar uma solução técnica, social e economicamente equilibrada”, destacou Festa. O grupo agora aguarda o posicionamento oficial da Secretaria de Parcerias em Investimentos.
Renato Lobo – Editor do Via Trolebus





