Brás pode ser ponto de partida de trem até Santos

O Governo de São Paulo estuda três possíveis estações da malha metroferroviária como ponto de partida do trem que ligará a capital a Santos. Dos quatro eixos prioritários do futuro serviço de média distancia, é o mais caro, na casa dos R$ 15 bilhões. O projeto do Trem Intercidades (TIC) Eixo Sul, no entanto, apresenta desafios que vão além da simples construção de uma nova ferrovia.

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A proposta, que pode ter seu leilão realizado ainda nesta década, considera três alternativas de trajeto:

• Via cremalheira (80 km) – É o percurso mais curto, aproveitando trechos existentes e envolvendo interface com a MRS e com a Linha 10–Turquesa.
• Via Mongaguá (115 km) – Contorno pela serra, com menor declividade e potencial de desenvolvimento econômico para a Baixada Santista. Nesse caso, há duas possibilidades de partida: pela Linha 9–Esmeralda ou utilizando a faixa da Rodovia dos Imigrantes, na estação Santos–Imigrantes, da Linha 2–Verde.

SPI

No cenário da cremalheira, apurou o Via Trolebus, integrantes do governo estadual estiveram recentemente na Europa conhecendo tecnologias desse tipo de sistema. De acordo com uma apresentação obtida pelo site, caso essa alternativa seja escolhida, o ponto de partida seria a estação Brás, que possui plataformas ociosas e reúne quatro linhas de trem e metrô. O documento, porém, destaca a complexidade operacional da solução e a necessidade de tratativas adicionais. Nos demais cenários, ganham força os pontos de partida em Pinheiros e Santos–Imigrantes.

Divulgação

Em todas as hipóteses, há questões sensíveis que precisam ser superadas, como o licenciamento ambiental — já que parte do trajeto atravessa áreas protegidas da Serra do Mar. O trecho paulista da serra foi tombado pelo Condephaat em 6 de junho de 1985, devido ao seu valor geológico e à riqueza de fauna e flora.

Outros desafios mencionados incluem:

• Necessidade de negociação com MRS, Linha 10 ou Rumo, já que o projeto usaria trechos ferroviários operados por concessionárias de logística
• Complexidade operacional no caso da cremalheira
• Alto investimento estimado, entre R$ 9 bilhões e R$ 15 bilhões.

Prazos

A publicação do edital e a realização do leilão estão previstas para 2027, enquanto a assinatura do contrato deve ocorrer em 2028.

Renato Lobo – Editor do Via Trolebus

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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