Rio lança licitação para renovar frota de ônibus

A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou nesta sexta-feira (17) o edital para o início do processo de renovação completa da frota de ônibus da cidade, por meio do novo Sistema RIO – Rede Integrada de Ônibus. O certame vai definir as empresas que assumirão a operação do transporte coletivo por ônibus na capital fluminense. A primeira etapa abrangerá linhas localizadas em Santa Cruz e Campo Grande, na Zona Oeste.

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Segundo a prefeitura, o edital e seus anexos já estão disponíveis no site da Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) e no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP). O processo licitatório foi construído com mais de 700 contribuições da população, colhidas durante consulta pública realizada entre julho e agosto deste ano.

A licitação tem como objetivo selecionar novas concessionárias sob o regime de concessão comum, com prazo de 10 anos, podendo ser prorrogado por igual período. A medida faz parte do acordo judicial firmado em abril de 2025 entre a Prefeitura do Rio, o Ministério Público Estadual e os quatro consórcios atualmente responsáveis pelas linhas de ônibus. Inicialmente previsto para 2028, o processo foi antecipado e será dividido em cinco fases, começando pela Zona Oeste.

“O BRT foi um marco importante na recuperação da mobilidade. Agora, daremos um passo além, reformulando o sistema regular de ônibus da cidade. Essa transformação beneficiará milhões de passageiros e será percebida de forma gradual, priorizando as regiões com maior necessidade”, afirmou a secretária municipal de Transportes, Maína Celidonio.

Primeira fase: Santa Cruz e Campo Grande

Nesta etapa inicial, serão licitados três lotes — um em Santa Cruz e dois em Campo Grande —, totalizando R$ 577 milhões em investimentos. As novas empresas concessionárias deverão adquirir e operar os veículos, além de cuidar da manutenção da frota, da gestão de garagens públicas e da implantação de sistemas inteligentes de transporte (ITS), que permitirão monitorar a operação em tempo real.

O plano prevê expansão da frota nas duas regiões.

  • Em Campo Grande, o número de ônibus interbairros aumentará de 95 para cerca de 152 veículos, enquanto as linhas locais passarão de 37 para cerca de 160.
  • Em Santa Cruz, a frota local crescerá de 67 para aproximadamente 216 ônibus.

Cada lote contará com uma garagem pública própria, instalada na Estrada do Campinho, em Campo Grande, com infraestrutura completa para oficinas, abastecimento e administração.

O novo modelo de concessão adotará remuneração por quilômetro rodado, com subsídio público e avaliação trimestral baseada no Índice de Desempenho de Transporte (IDT). Esse indicador medirá a qualidade dos serviços prestados e poderá influenciar o valor recebido pelas empresas.

Frota mais moderna e acessível

De acordo com a Prefeitura do Rio, todos os veículos da nova frota serão acessíveis e climatizados, com piso baixo, rampa de embarque para cadeirantes, três portas e tecnologia Euro VI, que reduz a emissão de poluentes.

O pagamento em dinheiro dentro dos ônibus deixará de existir — o embarque será feito exclusivamente com o sistema eletrônico de bilhetagem, medida que visa aumentar a agilidade e segurança nas viagens.

Próximas fases

As próximas etapas do processo licitatório seguirão conforme o desempenho operacional de cada região. O novo modelo dividirá a cidade em 34 lotes — sendo 22 estruturais e 12 locais —, com o objetivo de melhorar a cobertura e a eficiência do sistema.

O cronograma definido pela Prefeitura prevê:

  • Fase 1: até abril de 2026 (Campo Grande e Santa Cruz)
  • Fase 2: novembro de 2025 a setembro de 2026 (Zona Oeste, Vila Isabel e Ilha do Governador)
  • Fase 3: abril de 2026 a abril de 2027 (Zona Oeste, Barra da Tijuca, Jacarepaguá e Zona Norte)
  • Fase 4: novembro de 2026 a novembro de 2027 (mesmas regiões da fase anterior)
  • Fase final: setembro de 2027 a agosto de 2028 (Zona Sul e demais áreas com bom desempenho operacional)

A Prefeitura reforça que a qualidade das atuais concessionárias segue sendo avaliada trimestralmente pelo Índice de Qualidade do Transporte (IQT), que analisa fatores como regularidade das viagens, satisfação dos passageiros, idade média da frota e climatização. Linhas com nota inferior a 0,8 poderão perder a exclusividade de operação, sendo transferidas a novos operadores ou assumidas diretamente pelo município.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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