Campina Grande, segunda maior cidade da Paraíba, com mais de 400 mil habitantes, deve ganhar o primeiro Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) do estado, projeto desenvolvido pela Infra S.A., empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, com entrega prevista à prefeitura no primeiro semestre de 2026.
Para viabilizar a operação do novo modal, a linha férrea que corta o município está sendo reabilitada. Atualmente sem uso, o trecho passa por obras executadas pela Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), concessionária responsável pela malha ferroviária. A previsão é que os trabalhos sejam concluídos em até 12 meses.
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Nesta semana, uma equipe técnica da Infra S.A. esteve em Campina Grande para inspecionar as condições da via que será utilizada pelo VLT. Segundo Bruno Picinin, assessor da Diretoria de Mercado e Inovação da empresa e gerente do projeto, mais de 90% dos trilhos serão substituídos por modelos novos e mais resistentes, adequados à operação do futuro sistema.
Atualmente, a Infra S.A. realiza o levantamento de informações que embasarão o Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) do VLT, que deve ter entre 14 e 15 quilômetros de extensão. Essa etapa será concluída em novembro, quando começa a elaboração formal do estudo.
Durante a visita, representantes da Infra S.A., ANTT, FTL e de secretarias municipais — incluindo Planejamento (Seplan), Obras (Secob) e Assistência Social (Semas) — se reuniram na sede da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP) para alinhar as próximas fases do projeto.
De acordo com Alex de Azevedo, diretor da ANTT, o VLT será um marco para a mobilidade de Campina Grande. “O traçado começa nas proximidades do Hospital da FAP, percorre o núcleo hospitalar, passa pelos campi da UEPB e da UFCG, e segue pelo bairro Jardim Quarenta, que terá seu patrimônio Art Déco revitalizado. De lá, o trajeto avança até a Estação Velha, próxima ao Parque do Povo, criando um novo atrativo cultural e turístico. O percurso também atenderá o núcleo jurídico, o setor industrial, o aeroporto e o bairro Aluízio Campos, transformando de forma profunda e positiva a mobilidade urbana da cidade”, afirmou.
O secretário municipal de Obras, Joab Machado, destacou o caráter sustentável do projeto. “O VLT reduz emissões, melhora a integração entre bairros e fortalece um modelo urbano mais equilibrado e sustentável. Essa reunião foi essencial para definir prazos e responsabilidades e garantir que o projeto avance com o compromisso de todas as partes envolvidas”, disse.
O diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, ressaltou que este é o primeiro projeto de VLT desenvolvido integralmente pela empresa. “A experiência da Infra S.A. em estudos e estruturação de projetos garante uma solução viável, com segurança jurídica e benefícios concretos à população de Campina Grande”, afirmou.
O engenheiro civil e conselheiro da empresa, Fernando Loureiro, reforçou que o modal trará ganhos diretos à qualidade de vida dos moradores. “Um sistema eficiente e acessível permitirá deslocamentos mais rápidos e organizados, consolidando Campina Grande como referência em soluções sustentáveis e inovadoras em transporte público”, pontuou.
A moradora Fabrícia Silva de Santana, do bairro Aluízio Campos, onde haverá uma estação do VLT, celebrou a chegada do novo meio de transporte. “Vai facilitar muito o acesso ao centro e aos hospitais, além de valorizar os imóveis da região. A gente esperava por isso há muito tempo”, contou.
O trecho onde o VLT será implantado faz parte da Malha Nordeste, concedida à Ferrovia Transnordestina Logística em 1998. Sem operação desde 2011, a linha foi transferida para a Prefeitura de Campina Grande, que destinou o espaço ao transporte de passageiros, resgatando o papel da ferrovia como vetor de crescimento, inclusão social e revitalização urbana.
