A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) manifestou apoio à Associação Avenida Henry Ford, Mooca e Região, que é contra a implantação do pátio da futura Linha 16–Violeta do Metrô.
Durante evento realizado na Distrital Mooca da ACSP, o presidente da entidade, Dr. Roberto Mateus Ordine, afirmou que o crescimento urbano deve estar alinhado com a livre iniciativa e a preservação das empresas que sustentam empregos e contribuem para o desenvolvimento econômico.
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O apoio foi formalizado em encontro com empresários do bairro. Trata-se da primeira manifestação pública de uma entidade na capital após a audiência pública promovida pelo Governo do Estado nos dias 7 e 8 de outubro, quando representantes da Associação apresentaram suas preocupações e alternativas técnicas ao projeto.
“A Mooca é um símbolo do trabalho e da produção. Apoiar seus empreendedores é defender a economia de São Paulo e a dignidade de quem gera oportunidades”, afirmou Ordine.
Empresários temem desapropriação
Durante a audiência pública, o presidente da Associação Avenida Henry Ford, Anderson Festa, afirmou que o projeto atual do pátio não considera as particularidades das empresas instaladas na região — muitas delas com décadas de operação e estruturas logísticas altamente especializadas.
Segundo Festa, a desapropriação em massa teria impactos profundos sobre a cadeia produtiva e logística da Mooca, que reúne empresas responsáveis por abastecer clientes de diversos portes na capital e em outros estados. Ele também apontou riscos de demissões em larga escala, dificuldades de relocação de atividades industriais e demora no transporte de equipamentos de grande porte, um processo que pode levar anos.
A região da Avenida Henry Ford e Rua Cadiriri abriga 228 empresas e cerca de 15 mil trabalhadores, entre indústrias, centros de distribuição e serviços. São 60 plantas industriais ativas, responsáveis por um faturamento anual estimado em R$ 9 bilhões.
O bairro também se destaca pelo uso do ramal ferroviário, que ajuda a reduzir o tráfego pesado e as emissões urbanas, retirando mensalmente das ruas o equivalente a 800 carretas de 25 toneladas de aço.
Associação diz que apoia a nova linha, mas pede “equilíbrio”
Apesar das críticas à localização do pátio, Festa destacou que a associação apoia integralmente a implantação da Linha 16–Violeta, reconhecendo os benefícios para a mobilidade e o desenvolvimento urbano.
“A expansão do metrô é um avanço importante para a cidade, especialmente para a Mooca e bairros vizinhos, que abrigam milhares de trabalhadores. O que defendemos é que essa evolução ocorra de forma planejada, sem comprometer a base produtiva”, afirmou.
Para a entidade, o novo eixo metroviário pode estimular o comércio, o setor de serviços e o mercado imobiliário, desde que haja planejamento equilibrado e respeito às atividades industriais que caracterizam a Mooca.
Entidade fala em alternativa técnica
Como alternativa, a Associação propõe que o pátio seja construído em uma área pública próxima à Avenida Presidente Wilson, o que preservaria o parque industrial e, ao mesmo tempo, abriria espaço para a urbanização de assentamentos precários existentes na região.
Segundo Festa, a proposta representaria uma solução socialmente responsável, ao permitir que famílias em situação de vulnerabilidade fossem realocadas para moradias com infraestrutura adequada, enquanto se preservaria um dos últimos polos produtivos da capital.
Nova linha deve beneficiar quase 500 mil passageiros por dia
O projeto da Linha 16 prevê a ligação das estações Teodoro Sampaio e Abel Ferreira, com previsão de transportar em torno de 475 mil passageiros por dia.





