A construção da Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo é considerada um dos maiores desafios de engenharia subterrânea já realizados no país. Para viabilizar os 17,6 quilômetros de túneis que ligarão Guarulhos ao centro da capital, serão utilizadas três tuneladoras — conhecidas como “tatuzões” — de grandes dimensões.
As máquinas terão 11 metros de diâmetro externo e 9,5 metros de diâmetro interno, responsáveis por escavar e instalar anéis de concreto pré-moldado de 40 centímetros de espessura, reforçados com aço e fibras.
🚎 Fique por dentro das notícias mais recentes sobre mobilidade:
✅ Canal do Via Trolebus no WhatsApp
✅ Canal do Via Trolebus no Telegram
Tipos de tuneladoras
O projeto prevê a utilização de dois tipos de equipamentos: uma tuneladora Dual Mode (EPB + Slurry), inédita no Brasil, e duas do tipo Slurry, adequadas para solos arenosos e com alta presença de lençol freático. A escolha foi definida a partir da análise geológica do traçado:
- Lote 1 – solos variados (argilas, areias e rochas) → uso da tuneladora Dual Mode.
- Lotes 2 e 3 – predominância de areia e elevada pressão de água → uso de tuneladoras Slurry.
Percurso das máquinas
As três tuneladoras serão lançadas em pontos estratégicos ao longo do traçado:
- Primeira tuneladora: instalada na Estação Jardim Julieta, avançará 5,7 km até a Estação Bosque Maia, sendo retirada no VSE-1, em José Calixto Machado (Lote 1).
- Segunda tuneladora: também a partir de Jardim Julieta, seguirá no sentido oposto, escavando 5,2 km até a Estação Vila Maria, onde será desmontada (Lote 2).
- Terceira tuneladora: iniciará na Estação Vila Maria e percorrerá 5,5 km até o VSE-18, no Bixiga, já na região central (Lote 3).
Método construtivo
Para permitir a passagem das máquinas, todas as lajes de fundo das estações precisarão estar concluídas antes da chegada dos equipamentos. O deslocamento das tuneladoras será feito com perfis metálicos embutidos nas lajes, lubrificados com graxa, garantindo maior segurança em pontos críticos como as estações Cerealista, São Bento e Anhangabaú.
Os poços intermediários, com exceção do VSE-1 e do VSE-18, serão preenchidos com material especial para que as tuneladoras possam atravessá-los sem interrupção. Após a passagem, as aduelas do túnel nesses locais serão demolidas.
Inovação e sofisticação
A obra representa um marco tecnológico para o setor metroviário brasileiro. Será a primeira vez que uma tuneladora Dual Mode — capaz de escavar diferentes tipos de solo sem troca de equipamento — será utilizada no país. Além disso, o uso de tuneladoras Slurry de grande diâmetro também é inédito em obras desse porte.





