A Prefeitura de São Paulo autorizou recentemente a abertura da licitação para contratar o projeto básico e o estudo de impacto ambiental do futuro Boulevard Marquês de São Vicente. A iniciativa, conduzida pela SP Urbanismo em parceria com a Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento, propõe a integração do centro expandido à zona Leste. Segundo a prefeitura, a medida quer trazer soluções de desenho urbano qualificado, valorização dos espaços públicos, incentivo à mobilidade ativa e priorização do transporte coletivo. A decisão foi publicada no Diário Oficial em agosto.
Com 6,9 km de extensão, o boulevard será implantado como uma via arborizada, com ciclovias, parque linear e prioridade ao transporte público. O projeto faz parte do Programa de Metas 2025-2028 e está incluído em um conjunto de intervenções estratégicas voltadas à requalificação da área central, como a AIU (Área de Intervenção Urbana) do Setor Central, o Programa Requalifica Centro, o VLT Bonde São Paulo, a revitalização dos calçadões, a Esplanada da Liberdade e a reforma do Parque Dom Pedro II.
Voltado à ampliação de áreas verdes e ao fortalecimento da mobilidade ativa, o plano prevê intervenções em toda a Avenida Marquês de São Vicente, entre a Avenida Sérgio Tomás, na Barra Funda, e a Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, consolidando um eixo de conexão Leste-Oeste paralelo à Marginal Tietê. O espaço hoje marcado pela aridez será transformado em um corredor verde, com calçadas-parque e canteiros-parque. Estão previstos 12 km de ciclovias, 69,7 mil m² de novas calçadas e 90 mil m² de áreas verdes lineares.
O desenho urbano proposto será integrado ao entorno, favorecendo o adensamento habitacional planejado na AIU do Setor Central. A nova via também ampliará a acessibilidade a equipamentos públicos, como o Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e o Estádio do Canindé, além de se conectar à futura Estação Catumbi da Linha 19-Celeste do Metrô.
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Corredor de ônibus
O traçado prevê duas faixas por sentido para veículos particulares, uma faixa exclusiva para ônibus e uma faixa azul destinada a motocicletas. As ciclovias estarão localizadas no canteiro central nos trechos mais largos e junto às calçadas nos demais, oferecendo segurança e conforto aos ciclistas.
As faixas de ônibus devem ser situados ao lado do canteiro central da nova avenida. Segundo estudo divulgado, o corredor deve ter pavimento rígido (concreto) em toda sua extensão, a instalação de novos abrigos, nova sinalização e iluminação, bem como a construção de uma passagem subterrânea, exclusiva para ônibus, entre as avenidas Marquês de São Vicente e Norma Giannotti, visando maior fluidez do tráfego para este modal. O croqui compartilhado mostra inclusive áreas de ultrapassagens entre os veículos do transporte coletivo.
Também estão previstas transposições viárias em pontos-chave, como as avenidas do Estado, Tiradentes e Salim Farah Maluf, o que deve garantir melhor fluidez no tráfego e integração entre diferentes modais.
Com a implantação do boulevard, abre-se caminho para a futura desativação do Elevado Presidente João Goulart (Minhocão) para o tráfego de veículos, medida prevista no Plano Diretor Estratégico (PDE) com execução até 2029.
