Início do fim: trólebus podem sumir de linha histórica

Foto: Renato Lobo

O sistema de trólebus na cidade de São Paulo corre o risco de ser extinto, segundo declarações do prefeito Ricardo Nunes. Em recente coletiva de imprensa, o chefe do Executivo afirmou que a retirada do sistema ocorreria à medida que a cidade passasse a contar com um sistema de VLT (Veículo Leve sobre Trilhos).

A justificativa apresentada para o fim da operação é o custo de manutenção da rede elétrica, estimado em cerca de R$ 20 milhões anuais. A proposta, porém, vai na contramão de medidas adotadas em diversos países. Apenas em 2025, cidades como Esslingen, Vancouver, Sarajevo, Praga, Tallinn e Bolonha anunciaram a aquisição de novos veículos, segundo levantamento deste site. Em muitos desses casos, a rede aérea que alimenta os trólebus também é utilizada para recarregar baterias instaladas nos veículos.

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De acordo com o site Plamurb, a linha mais antiga do sistema, a 408A, inaugurada em 1949, já vinha operando, em sua maioria, com ônibus a bateria. Outra linha que deixou de utilizar trólebus foi a 2002, que liga os terminais Parque Dom Pedro II e Bandeira. No momento em que este artigo foi produzido, todos os veículos em circulação na linha 408A eram movidos a bateria.

Em nota enviada ao Via Trolebus, a Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito (SMT) e a SPTrans informaram que a linha 408A/10 está programada para operar com veículos trólebus. “Durante a operação, a concessionária Ambiental, responsável pela linha, pode utilizar outro tipo de veículo, desde que a capacidade de transporte de passageiros seja mantida.”

Renato Lobo – Via Trolebus

A SPTrans confirmou ainda que houve um pedido da operadora para alterar a frota da linha. “Na última terça-feira (12/8), a Ambiental formalizou o pedido para que a linha passe a operar com ônibus elétricos movidos a bateria, visando melhorar o desempenho operacional. A SPTrans irá avaliar o pedido para verificar se a mudança oferecerá melhora no serviço prestado ao passageiro”, afirmou o órgão.

Meta de ônibus elétricos não foi atingida

No mandato anterior, a atual gestão de Ricardo Nunes prometeu colocar 2.600 ônibus elétricos a bateria em operação até 2024. No entanto, até o momento, a capital paulista conta com 841 veículos movidos a energia limpa — incluindo ônibus a bateria, trólebus e modelos movidos a gás.

A justificativa é a falta de infraestrutura nas garagens. A infraestrutura dos trólebus, que pode ser desativada, poderia desempenhar esse papel.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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