Nesta semana, os passageiros do serviço 710 amargaram o fim do atendimento que oferecia trens diretos entre Rio Grande da Serra e Jundiaí, sem a necessidade de baldeação na lotada estação Barra Funda.
O motivo é a concessão da Linha 7-Rubi, que desde o dia 28 vem sendo operada em forma assistida pela TIC Trens. O contrato de concessão prevê o atendimento da linha que passa por Francisco Morato apenas até a Barra Funda. Já a Linha 10, que tinha como ponto final a estação Brás, foi estendida até a parada que leva o nome do time alviverde.
Há planos para a volta do serviço, mas em um cenário distante e ainda pouco concreto. O “pulo do gato” seria a padronização do sistema de sinalização que controla os trens. Os novos concessionários, por obrigação contratual, devem implantar o ETCS Nível 2 (European Train Control System, ou Sistema Europeu de Controle de Trens).
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A TIC Trens deverá implantar o sistema na Linha 7-Rubi, enquanto o Trem Intercidades Eixo Norte (São Paulo–Campinas) já deve nascer com essa funcionalidade. A ViaMobilidade também seguirá pelo mesmo caminho, após aditivo assinado em março, nas linhas 8 e 9. O mesmo deve ocorrer com a Trívia Trens nas linhas 11, 12 e 13, além do futuro concessionário da Linha 10-Turquesa. Fica de fora a Linha 14-Ônix, planejada como VLT e em outra bitola.

711, 810 ou 913?
De acordo com entrevista do secretário de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, à rádio CBN, a ideia da padronização é viabilizar serviços de intercâmbio de trens, já que as operadoras são remuneradas pela disponibilidade da frota.
“Isso me possibilita aumentar a troca de linhas. Então, o trem da 8 anda na 9, o da 9 anda na 11, o da 7 anda na 11 e na 12, porque eu vou ter padrão na sinalização. A sinalização vai comunicar. Isso, com o nosso projeto de cobrança por disponibilidade, faz com que tanto faz quem seja o operador”, explicou Benini.
Isso significa, nas palavras do secretário, que diferentes empresas poderiam operar trens nas mesmas linhas. Além da implantação dos intercâmbios e de um novo modelo de comunicação com o passageiro — que verá trens de diferentes destinos passando na mesma plataforma — será necessário também entender melhor a origem e destino dos usuários.
Já se sabe que há demanda para o intercâmbio das linhas 7 e 10, o extinto serviço 710. Agora resta saber se poderá surgir, por exemplo, um eventual 811, ligando a Zona Leste a Osasco, ou até um “71012”, conectando a Lapa ao Itaim Paulista.
O céu é o limite para imaginar novos formatos de serviços — na mesma medida em que surgem as tentativas de justificativas para o fim do atendimento que beneficiava cerca de 165 mil passageiros, segundo dados da CPTM de 2021, quando o 710 foi criado.






