A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), um dos maiores projetos de infraestrutura em execução no Brasil, ganha novo ritmo dentro do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 3). Com 1.527 km de extensão, a ferrovia é vista como peça-chave para reduzir emissões de gases de efeito estufa em comparação ao transporte rodoviário e promover a integração econômica entre diferentes regiões do país.
De acordo com a Infra S.A., o trecho FIOL 2, que liga Caetité a Barreiras (BA), é o destaque da atual fase. A obra é considerada fundamental para o escoamento de minérios do sul da Bahia e grãos do oeste baiano, conectando o interior ao Porto Sul, em Ilhéus, e à Ferrovia Norte-Sul. A ferrovia também terá papel estratégico na futura integração bioceânica, que conectará o Brasil ao Porto de Chancay, no Peru, ampliando a presença nacional no comércio internacional.
Segundo o diretor de Empreendimentos da Infra S.A., André Ludolfo, os impactos da obra vão além da infraestrutura:
“A construção da FIOL permitirá a criação de um importante vetor de desenvolvimento sustentável e competitividade para o Brasil no eixo Leste-Oeste do país, permitindo equilibrar a matriz de transporte com o incremento do modal ferroviário.”
Investimentos e avanços
Somente no primeiro semestre de 2025, o governo federal destinou R$ 66,2 milhões para a obra, um aumento de 6% em relação ao ano anterior. O avanço físico da FIOL 2 já atingiu 70,5% de execução acumulada até junho. Novos editais estão previstos ainda este ano para a conclusão dos lotes remanescentes.
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Além do progresso técnico, a ferrovia já provoca impactos econômicos diretos nas cidades vizinhas. Municípios ao longo do traçado registram crescimento em setores como comércio, hotelaria, transporte e construção civil. O empreendimento também aquece o mercado imobiliário: imóveis que em 2016 eram avaliados em R$ 100 mil hoje superam R$ 300 mil, segundo a estatal.
Geração de empregos
O projeto vem se consolidando como um motor de geração de empregos. Dados do Ministério do Trabalho apontam que, entre janeiro de 2020 e maio de 2025, foram criados 9.200 empregos formais a mais nos 12 municípios cortados pela FIOL 2 — um crescimento de 35%, acima da média nacional de 22%.
Para o gerente de Construção da Infra S.A., José Wedson, o impacto social é visível:
“A FIOL 2 tem importância estratégica imensa para a agricultura baiana. Estamos no coração do Oeste da Bahia, um polo do Matopiba, e esta ferrovia é vital para o escoamento da produção da região.”
Já o gestor do contrato da obra, Luís Gustavo, destacou que o projeto entrou em uma fase crucial, com o lançamento de lastro e instalação de dormentes.
“Esta etapa dá a cara da ferrovia, tornando o progresso tangível e motivando as equipes e a comunidade externa.”
Logística verde e integração continental
Além do impacto econômico, a FIOL é apontada como protagonista de uma logística verde, ao reduzir a dependência de rodovias, diminuir emissões e ampliar a eficiência no transporte de cargas. Integrada à Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), a linha formará um corredor ferroviário até o Atlântico-Pacífico, consolidando o Brasil como um hub logístico estratégico no comércio internacional.





