Em que pé está o projeto do VLT em Guarulhos?

Maercio Maia

Anos após o anúncio do projeto de implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Guarulhos, o tema praticamente desapareceu das pautas da mídia e das declarações das autoridades. No entanto, o “Estudo Nacional de Mobilidade Urbana: Desenvolvimento do Transporte Público de Média e Alta Capacidade nas principais Regiões Metropolitanas do país” (ENMU), elaborado pelo BNDES em parceria com o Ministério das Cidades, trouxe novos detalhes sobre o projeto.

Segundo o documento, o Plano Municipal de Mobilidade Urbana de Guarulhos (PMU-Guarulhos), elaborado em 2019, já previa a implantação do VLT como solução estratégica para o transporte coletivo na cidade. Os estudos de viabilidade foram iniciados com apoio da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e da CODATU, contando ainda com suporte técnico da Agência de Urbanismo de Lyon.

O projeto prevê uma linha de aproximadamente 10,3 km de extensão, com 19 estações distribuídas ao longo do trajeto. As composições devem operar com intervalo de cerca de 6 minutos, oferecendo frequência adequada para a demanda estimada em 54 mil passageiros por dia.

O traçado contemplará a região do Parque Linear Transguarulhense, passando pelo Shopping Bosque Maia e pelo Parque Bosque Maia, ambos na Avenida Paulo Faccini, seguindo pela Avenida Otávio Braga de Mesquita até a estação Aeroporto Guarulhos da CPTM. A proposta inclui conexões com a Linha 13-Jade da CPTM e com a futura Linha 19-Celeste do Metrô, ampliando significativamente a integração da malha de transporte metropolitano.

BNDES

Avaliado em R$ 1,625 bilhão, o projeto é considerado uma oportunidade estratégica de mobilidade para a cidade. Ainda que o traçado não atravesse diretamente o centro de Guarulhos, ele conecta áreas de grande relevância e pode estimular a expansão da zona central. O trecho na Avenida Paulo Faccini também deverá passar por requalificação urbana, com melhoria nas calçadas, implantação de ciclovias e modernização das faixas de rolamento.

E em que pé está o projeto?

Em junho de 2023, foi finalizado o Estudo de Pré-Viabilidade Técnica, Econômica e Socioambiental, financiado pelo BNDES e pelo banco alemão KfW. O levantamento detalha os custos de implantação (CAPEX), a estimativa de demanda e os impactos ambientais.

Segundo o estudo, a partir de 2030 o VLT poderá evitar entre 7 mil e 7,7 mil toneladas de emissões de CO₂ por ano, chegando a 16 mil toneladas em 2050. Foram avaliadas duas possíveis rotas: a principal, pela Avenida Paulo Faccini, e uma alternativa, pela Avenida Salgado Filho, com variações mínimas entre elas.

O cronograma atual prevê que a implantação e operação do VLT de Guarulhos ocorra até o ano de 2028. O relatório, entretanto, não cita prazo para o início das obras.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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