Quanto custa manter uma linha de trem funcionando?

Foto: CPTM

Quanto custa manter uma linha de trem em funcionamento? O Via Trolebus analisou os dados operacionais de dois projetos — o do lote Alto Tietê, que reúne as Linhas 11, 12 e 13 da CPTM, e o Trem Intercidades Eixo Oeste, que vai ligar São Paulo a Sorocaba — para buscar essa resposta. A análise foi feita com base em documentos disponíveis nas consultas públicas dos respectivos projetos.

O custo para manter toda a estrutura é chamado de OPEX, sigla de Operational Expenditure, ou despesas operacionais. O termo se refere aos custos contínuos e recorrentes necessários para manter uma operadora funcionando, como salários, energia, manutenção, entre outros.

Renato Lobo | Via Trolebus

No caso das Linhas 11, 12 e 13, que devem ser operadas pela Trivia Trens a partir de 2026, o OPEX está estimado em R$ 30,9 bilhões ao longo de 31 anos. Dentre as três linhas, a maior fatia dos custos vai para a Linha 11, que representa 42% do total — por ser a mais extensa, com maior número de trens e volume de passageiros. O item mais oneroso é a manutenção dos trens, que representa cerca de 41% do custo total, seguido pelas despesas de operação, com 34%.

A média anual do OPEX nesse lote é de aproximadamente R$ 1 bilhão, o que equivale a R$ 83 milhões por mês. Dividido por 30 dias, o custo diário para manter o sistema funcionando chega a cerca de R$ 2,7 milhões.

Já no caso do Trem Intercidades Eixo Oeste, o OPEX estimado para os 30 anos de concessão é de R$ 7 bilhões, o que representa R$ 233 milhões ao ano. A média diária nesse cenário seria de R$ 648 milhões. Nesse caso, 45% do valor será destinado à manutenção, 28% à operação e 13% às despesas administrativas.

Opex do Trem Intercidades eixo Oeste – Foto: SPI

De forma mais detalhada, entre os anos 8 e 30 — período em que os trens estarão em operação comercial — os principais custos serão:

  • Manutenção do material rodante: média de R$ 35 milhões por ano
  • Energia de tração e estações: média de R$ 40 milhões por ano para tração e R$ 22 milhões para estações
  • Despesas administrativas: média de R$ 36 milhões por ano, incluindo licenças de software e outros custos administrativos ao longo da concessão.
Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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