A operadora britânica South Western Railway (SWR) passou oficialmente para a administração pública em 25 de maio, tornando-se a primeira companhia a ser estatizada sob a nova política do governo trabalhista, que prevê a retomada de todas as operadoras ferroviárias privadas para o setor público.
A mudança ocorreu após o fim do Contrato Ferroviário Nacional (NRC) da SWR, que expirou na mesma data. Até então, a empresa era gerida por uma joint venture formada pela FirstGroup, com 70% de participação, e pela MTR, com 30%, sob concessão do governo britânico. A SWR é responsável por operar trens regionais e suburbanos partindo da estação London Waterloo, com destino a regiões como Surrey, Berkshire e Hampshire, além de serviços de longa distância para Wiltshire, Dorset, Somerset e Devon, no sudoeste da Inglaterra.
Esta transição decorre da aprovação da Lei de Propriedade Pública, sancionada em novembro de 2024, que definiu o cronograma para a incorporação ao setor público das 10 operadoras ainda geridas por empresas privadas.
Segundo o plano do Departamento de Transportes (DfT), a próxima a ser incorporada será a C2C, em julho, seguida pela Greater Anglia, prevista para outubro. O processo de estatização de todas as operadoras deve ser concluído até o final de 2027. Até o momento, quatro operadoras já foram transferidas ao setor público devido a problemas de desempenho. Além disso, os serviços ferroviários no País de Gales e na Escócia já são administrados pelos respectivos governos, enquanto a Irlanda do Norte mantém a gestão pública de sua malha ferroviária.
O DfT informou que está prevista, ainda nesta legislatura, a apresentação do projeto de lei que formalizará a criação da Great British Railways (GBR), entidade que reunirá as operações de transporte de passageiros e a gestão da infraestrutura ferroviária. No entanto, ainda não há um cronograma definido para sua implementação.
Por ora, a SWR continua operando com o mesmo nome, sob a gestão da DfT Operator — Operadora de Último Recurso — responsável também pela administração das demais companhias já estatizadas. Segundo a Secretária de Transportes, Heidi Alexander, as operadoras deverão “conquistar o direito” de utilizar a marca GBR, o que dependerá do cumprimento de critérios rigorosos relacionados à pontualidade, redução de cancelamentos e qualidade do serviço ao passageiro.
O governo defende que a unificação da operação ferroviária e da infraestrutura sob a GBR resultará em uma rede mais eficiente, confiável e integrada, incentivando o uso do transporte ferroviário para deslocamentos diários, estudos e lazer, além de impulsionar o crescimento econômico nacional e regional como parte de seu Plano de Mudança.
Para marcar a nova fase, foi apresentado um logotipo especial com a inscrição “em breve”, exibido no primeiro trem da SWR sob administração pública, no dia 25 de maio. O símbolo também será exibido em painéis digitais na estação London Waterloo e em outras paradas da rede.
O diretor administrativo da SWR, Lawrence Bowman, destacou que, neste momento, a prioridade da equipe é elaborar um plano para aproveitar os processos simplificados do setor, buscando melhorias na confiabilidade e aumento da capacidade operacional.
