O projeto da Linha 19-Celeste do Metrô de São Paulo prevê a ligação metroviária entre a capital paulista e Guarulhos, conectando o Anhangabaú, no centro, até o Bosque Maia. O novo ramal atravessará importantes bairros com demanda por transporte de alta capacidade, como Vila Maria, Jardim Brasil e Vila Augusta.
Atualmente, o Metrô está na etapa de contratação das obras, com previsão de início dos trabalhos em 2026. A expectativa é que a nova linha entre em operação na próxima década. Durante o desenvolvimento do projeto, foi utilizada a tecnologia BIM (Building Information Modeling), ou Modelagem da Informação da Construção, ferramenta que permite o uso de modelos tridimensionais inteligentes para gerenciar todas as fases do empreendimento, do planejamento à operação.
Representantes do Metrô de São Paulo apresentaram detalhes do uso do BIM durante o Anuário BIM 2025, realizado nesta quarta-feira, 14 de maio. O Via Trolebus acompanhou o evento a convite da companhia.

No caso da Linha 19, o uso do BIM foi considerado de grande porte, abrangendo todo o projeto, que incluiu 40 unidades de projeto e a entrega de 728 modelos (como sistemas, geotecnia, entre outros). Segundo os palestrantes, o processo exigiu mudanças culturais entre as equipes envolvidas, para que a nova tecnologia fosse plenamente adotada.
A metodologia contribui para ampliar a colaboração e a coordenação entre as equipes, permitindo redução de custos, diminuição no prazo de execução, melhoria na qualidade e segurança das obras, além de facilitar o gerenciamento avançado das instalações ao longo de todo o ciclo de vida do empreendimento.
O modelo também favorece a compatibilização dos dados entre diferentes disciplinas, como arquitetura, engenharia civil e de sistemas, estimulando o trabalho integrado entre técnicos do Metrô e projetistas contratados.
De acordo com o relatório integrado da empresa, todas as edificações e sistemas da nova linha, incluindo a via permanente, foram modelados em ambiente digital, permitindo o acompanhamento detalhado da evolução do projeto, tanto no eixo horizontal (ao longo do traçado), quanto vertical, facilitando a antecipação de eventuais ajustes nas unidades construtivas.
Para dar suporte a esse processo, o Metrô utilizou recursos inovadores, como o desenvolvimento de padrões construtivos, o levantamento de realidade com uso de Laser Scan para geração de nuvem de pontos nas estações Anhangabaú e São Bento (em operação), além de levantamento planialtimétrico com escaneamento a laser terrestre móvel (MMS – Mobile Mapping System) ao longo de toda a linha, e o mapeamento do Pátio Vila Medeiros com drones equipados com Laser Scan. Também foram aplicados softwares especializados em simulação de fluxo de passageiros, de exaustão de fumaça e de marcha dos trens, contribuindo para o aprimoramento dos projetos.