Curitiba iniciou nesta segunda-feira (12/5) os testes com o primeiro ônibus biarticulado 100% elétrico do mundo. Produzido pela Volvo em sua unidade na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o veículo está sendo avaliado na linha 303-Centenário/Campo Comprido.
Totalmente livre de ruídos e emissões, o modelo será testado em operação sem passageiros, mas carregando bombonas de água e areia para simular cenários exigentes. A ação, coordenada pela Urbanização de Curitiba (Urbs), tem como objetivo verificar o desempenho do ônibus sob carga elevada e validar sua eficiência operacional em linhas regulares do transporte público. A fase de testes deve durar cerca de 20 dias.
Esse ensaio representa um avanço importante na modernização do sistema BRT (Bus Rapid Transit) da capital paranaense, que completou 50 anos em 2024. Pioneiro mundial em canaletas exclusivas para ônibus, o modelo curitibano de BRT inspirou projetos em mais de 200 cidades ao redor do mundo e conta com uma malha de 90 km de corredores exclusivos.
A iniciativa faz parte do plano da cidade para substituir progressivamente a frota movida a diesel por veículos com emissão zero. Um dos principais projetos em curso, o Ligeirão Leste/Oeste, também utilizará ônibus elétricos e será implantado justamente no mesmo corredor onde ocorre o teste atual.

O veículo em avaliação é um protótipo desenvolvido pela Volvo em 2023 e já passou por testes iniciais em outras regiões do Brasil. Com 28 metros de comprimento, carroceria da Marcopolo e capacidade para transportar até 250 pessoas.
Na última quinta-feira (8/5), o prefeito Eduardo Pimentel esteve na fábrica da Volvo para o lançamento da produção em série do novo chassi biarticulado elétrico. A unidade fabril da CIC será a única no mundo a fabricar o modelo em larga escala e servirá também como base de exportação. A planta já produz a versão elétrica dos ônibus articulados.
O modelo da Volvo oferece autonomia de até 250 km por carga, podendo receber até oito módulos de bateria com capacidade total de 720 kWh. A recarga completa pode variar entre 2 a 4 horas, conforme o tipo e a potência da estação utilizada. Esses dados também estão sendo analisados durante os testes para definir a configuração ideal para o sistema curitibano.