VLT no centro de SP: contrato firmado pode tirar projeto do papel

Maercio Maia

Prefeitura de São Paulo contrata estudos para implantação de VLT no centro da cidade

A Prefeitura de São Paulo, por meio da São Paulo Urbanismo, firmou contrato com a empresa Geométrica Engenharia de Projetos Ltda para a realização de uma série de estudos que vão embasar a implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro da capital. O contrato prevê a prestação de serviços de apoio técnico aos estudos ambientais, elaboração do Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA), além da avaliação de impacto sobre o patrimônio arqueológico da região.

O VLT está inserido no escopo do Plano de Requalificação Urbanística do Centro de São Paulo, com foco em um modelo de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS). O investimento para esses estudos é de R$ 1.514.511,12, com prazo contratual de nove meses a partir da emissão da Ordem de Serviço.

Como ficará o Viaduto Dona Paulina com o VLT – Fonte: SP Urbanismo

Tecnologias e referências internacionais

O projeto contempla duas linhas de VLT que, além de melhorar a mobilidade, deverão impulsionar a transformação urbana da região central, com ações integradas ao planejamento urbano e à sustentabilidade.

Um dos documentos norteadores da iniciativa, intitulado “Subsídios à Implantação do Veículo Leve sobre Trilhos como parte do Plano de Requalificação Urbanística do Centro de São Paulo com Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável”, detalha tecnologias consideradas para o sistema de bonde moderno. Ele está disponível no site da Prefeitura de São Paulo.

O estudo menciona como referência casos de sucesso em cidades como Rio de Janeiro, Budapeste (Hungria), além de exemplos na Alemanha e Catar. No caso do VLT carioca, é citado um levantamento do Instituto Datafolha de 2017, que aponta 92% de aprovação popular, com destaque para aspectos como rapidez (81%), conforto (93%), confiabilidade (85%) e informações ao usuário (69%). O sistema também é elogiado por ser movido à energia elétrica, o que elimina a emissão de poluentes.

Como ficará a Praça João Mendes com o VLT – Fonte: SP Urbanismo

Fabricantes e novas possibilidades tecnológicas

Entre os fabricantes considerados para o projeto estão Siemens, Alstom, Hyundai Rotem, CAF, Vossloh e CRRC. Esta última, de origem chinesa, é responsável pelo desenvolvimento do ART (Autonomous Rail Rapid Transit), um sistema de transporte guiado por sensores, que utiliza pneus em vez de trilhos. Esse modelo é classificado como VLP (Veículo Leve sobre Pneus).

O estudo também menciona o sistema da cidade de Budapeste, operado pela CAF, que possui os maiores VLTs do mundo, com cerca de 56 metros de comprimento e nove módulos.

Opção por VLT movido a hidrogênio

Outro destaque do material é a análise de viabilidade de um VLT movido a hidrogênio, tecnologia que tem ganhado força globalmente como uma alternativa limpa ao uso de combustíveis fósseis.

Próximos passos

De acordo com a meta 52 do plano de metas da Prefeitura, a proposta é viabilizar o “VLT Bonde São Paulo” por meio da conclusão dos estudos técnicos e da publicação do edital de licitação para execução do projeto.

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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