A Prefeitura de São Paulo tem planos de lançar, ainda na atual gestão, uma licitação para a construção e operação de uma rede de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) no centro da cidade. O projeto prevê duas linhas que atuariam como agentes de transformação do espaço urbano, aliadas a outras ações que vão além do tema da mobilidade urbana.
O documento, chamado “Subsídios à Implantação do Veículo Leve sobre Trilhos como parte do Plano de Requalificação Urbanística do Centro de São Paulo com Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável”, disponível no site da Prefeitura, apresenta algumas tecnologias consideradas para o projeto. Em outras palavras, trata-se de indicações que poderão ser adotadas no sistema de bondes modernos que será implantado no centro da maior cidade da América do Sul.

Sistemas e fabricantes que foram referência
O estudo aponta algumas localidades que adotaram esse meio de transporte de média capacidade, como o próprio Rio de Janeiro, que teve uma experiência exitosa na implantação do sistema. Também são citadas cidades da Alemanha e do Catar, entre outras.
No caso do Rio, o documento destaca que, de acordo com a plataforma do Observatório de Inovação para Cidades Sustentáveis (OICS), o VLT Carioca tem aprovação de 92% da população, segundo pesquisa encomendada pelo Instituto Datafolha no final de 2017. Além disso, 81% avaliaram positivamente a rapidez do veículo, 93% o conforto, 85% a confiabilidade e 69% consideraram positiva a forma como o sistema fornece informações ao usuário. O VLT, por ter tração elétrica, não emite poluentes.
Fabricantes e o trem sem trilho
Há ainda a indicação de possíveis fabricantes, como Siemens, Alstom, Hyundai Rotem, CAF, Vossloh e CRRC. Esta última, uma empresa chinesa, apresentou recentemente um VLT com trilhos magnéticos, o chamado ART – Autonomous Rail Rapid Transit. Trata-se, na verdade, de um trem que não utiliza trilhos, mas pneus, o que o classifica como um VLP – Veículo Leve sobre Pneus.

O ViaTrolebus conheceu o trem sem trilhos de perto na Inno Trans 2024:

No caso da CAF, o estudo cita o sistema de Budapeste, que conta com os maiores VLTs do mundo, com cerca de nove módulos e quase 56 metros de comprimento.
VLT a hidrogênio
Outra parte do estudo aborda a possibilidade da adoção de um sistema movido a hidrogênio, destacando as seguintes vantagens:
a. Fonte de energia sustentável
- Sem emissão de poluentes;
- Hidrogênio é o elemento mais abundante do universo, capaz de atender às crescentes demandas energéticas;
- Possibilidade de uso de energia renovável para produção de hidrogênio verde.

b. Economia
- Dispensa o uso de catenária e subestações, reduzindo custos de infraestrutura;
- Melhoria na paisagem urbana pela ausência de cabos aéreos.
O fabricante citado neste caso é a Hyundai Rotem. O site também conheceu esse tipo de VLT na Inno Trans 2024:

A escolha do tipo de veículo ou as opções que o operador poderá adotar devem ser conhecidos no edital de licitação. A meta 52 do plano de metas da atual gestão estabelece como objetivo “viabilizar o VLT Bonde São Paulo” por meio da finalização dos estudos técnicos e da publicação do edital de licitação para o projeto.