CPTM vai estuda linha no litoral sul de SP

Fepasa Santos-Samaritá. Ano de 1988 | Foto: Thomas Corrêa

O litoral sul de São Paulo é cortado por uma ferrovia em via singela, que antigamente partia de Santos rumo a Cajati, no Vale do Ribeira. O eixo de transporte, que conta com bitola métrica e abrigou serviços ferroviários até 2002, cruza cidades como São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe e Pedro de Toledo.

Parte da via foi ocupada pelo VLT da Baixada Santista, mas grande parte do traçado a partir de São Vicente encontra-se ociosa. Há, entretanto, planos para a volta dos trens de passageiros. O estudo ficará a cargo da CPTM, e em seu plano de negócios consta: “Desenvolver projeto da ligação regional entre a Baixada Santista e Cajati até 2028.” O trabalho a ser realizado inclui o levantamento aerofotogramétrico da região. A ferrovia, em seu trecho completo, conta com 161,5 km de extensão.

Foto: Jornal Bem-Te-Vi

Trem ou VLT?

Embora a operadora mencione uma ligação regional, ainda é cedo para saber se o futuro serviço contará com trens como os que já operaram nos eixos São Paulo–Campinas, ou se, pela demanda prevista, o mais indicado seria um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Estudos da operadora com trens leves não são novidade — a CPTM já analisou esse tipo de veículo na antiga proposta da Linha 14, além da futura Linha 24–Quartzo, que deve ligar o Campo Limpo a Alphaville.

Projeto da CPTM x Secretaria de Parcerias e Investimentos

Paralelamente ao projeto da CPTM, outro órgão do governo estadual também analisa a ferrovia que corre paralela à Rodovia Padre Manuel da Nóbrega: a Secretaria de Parcerias e Investimentos, responsável pelas concessões das linhas da CPTM. Para a pasta, a vocação da linha Santos–Cajati seria abrigar um trem regional, ou o chamado Trem Intercidades.

STM

No projeto de ligação entre São Paulo e Santos, três alternativas de trajeto são estudadas — duas delas utilizariam o traçado da ferrovia discutida neste artigo, mas apenas no trecho entre Mongaguá e Santos.

As duas propostas partiriam da zona sul da capital paulista: uma seguiria pela ferrovia Mairinque–Santos (atualmente usada para cargas), e a outra utilizaria o leito da Rodovia dos Imigrantes.

A partir de um ponto comum entre as duas opções, o trajeto ferroviário iniciaria a descida da Serra pela margem ocidental do Vale do Rio Capivari, dentro do município de São Paulo. A linha:

  • Atravessaria o Vale do Rio Branquinho, passando sob a Serra do Mar por túneis ou cortes na montanha;
  • Seguiria pelos vales dos rios Aguapeú e Branco em direção a Santos;
  • Chegaria à antiga ferrovia Santos–Cajati na altura de Mongaguá;
  • E, por fim, alcançaria o município de Santos.
Via Trolebus

Resta saber qual dos dois projetos de fato utilizará o leito ferroviário abandonado — se continuará apenas nas ideias, como ocorre há décadas, ou se, finalmente, servirá para levar passageiros.

 

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.
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