O Metrô de São Paulo divulgou nesta terça-feira, 11 de fevereiro de 2025, os resultados da Pesquisa Origem-Destino de 2023, um dos estudos mais importantes do país na área de mobilidade urbana. A pesquisa fornece um panorama detalhado sobre os deslocamentos na Região Metropolitana de São Paulo.
Realizado tradicionalmente a cada 10 anos, o levantamento mais recente havia sido feito em 2017. No entanto, devido aos impactos da pandemia, o Metrô optou por antecipar a nova edição, levando em consideração mudanças significativas no comportamento da população, como o aumento do trabalho remoto.
Metrô perde participação nas viagens motorizadas
Entre 2017 e 2023, a participação do metrô nas viagens motorizadas caiu de 12% para 11%. O crescimento da demanda foi registrado apenas na sub-região Sudoeste, que abrange municípios como Taboão da Serra e Itapecerica da Serra.
Trens metropolitanos também registram queda
O percentual de viagens feitas por trens metropolitanos teve uma leve redução, passando de 4,4% para 4,3%. No entanto, diferentemente do metrô, o modal cresceu na sub-região Leste, atendendo cidades como Mogi das Cruzes, Ferraz de Vasconcelos e Suzano.
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Aumento no uso de transporte fretado e queda nos ônibus
O transporte fretado teve expansão nas sub-regiões Oeste, Norte, Leste, Sudoeste, Nordeste e Sudeste. Já o ônibus registrou queda em todas as sub-regiões analisadas. A maior parte da redução no transporte coletivo ocorreu nos ônibus, que perderam 2,6 milhões de viagens diárias.
Alta na demanda por táxis e transporte por aplicativos
O uso de transporte individual por demanda, como Uber e 99, cresceu expressivamente. Em 2017, essa categoria representava 1,7% das viagens motorizadas, enquanto em 2023 saltou para 4,4%. O aumento foi observado em todas as regiões da Grande São Paulo.
Segundo a pesquisa, as viagens realizadas por aplicativos cresceram 183% no período, passando de 368 mil deslocamentos diários em 2017 para 1,04 milhão em 2023.
Quase metade dessas viagens foi feita por pessoas entre 23 e 49 anos. Houve também um crescimento da participação da população acima de 60 anos e uma leve redução entre os menores de 17 anos.
O uso de aplicativos de transporte se destaca entre aqueles que possuem renda entre 2 e 4 salários mínimos, além da faixa entre 4 e 8 salários mínimos. Em 2017, ambas as faixas tinham participação semelhante, mas em 2023 o grupo de 2 a 4 salários mínimos ampliou sua presença nesse tipo de transporte.
Os dois principais motivos para o uso de transporte por aplicativo são trabalho e saúde, com destaque para o primeiro, que registrou o maior aumento. Em contrapartida, houve redução na participação de deslocamentos para educação, lazer e compromissos pessoais.