O projeto de um trem de passageiros entre São Paulo e Santos conta com três alternativas em estudo pelo governo estadual.
As opções analisadas incluem:
- Ligação via Linha 9-Esmeralda e Parelheiros, seguindo até Mongaguá e, posteriormente, até Santos.
- Trajeto ao longo da faixa da Rodovia dos Imigrantes.
- Percurso pela Linha 10-Turquesa, passando por Paranapiacaba, com descida pela cremalheira ou por uma nova via a ser construída.
Concessão da Linha 10 e da nova Linha 14-Ônix
A Linha 10-Turquesa será concedida à iniciativa privada junto com a futura Linha 14-Ônix, e os projetos estão atualmente em consulta pública.
Entre os documentos disponíveis, há um esboço do Trem Intercidades (TIC) – Eixo Sul, prevendo sua partida da capital paulista via Linha 10. O documento, chamado “Diretrizes para Elaboração do Diagrama Unifilar da Linha 10”, apresenta detalhes sobre o TIC-Santos.
Detalhes do Projeto
Partida da Estação Barra Funda
O TIC-Santos poderia partir da Estação Barra Funda, aproveitando a maior disponibilidade de plataformas, o que facilitaria o embarque e desembarque dos passageiros.
Parada em Santo André
A exemplo do TIC-Sorocaba, o projeto sugere ao menos uma parada na região do Planalto, sendo a Estação Santo André a mais indicada. Ela contará com uma plataforma em ilha (plataformas 4 e 5) e está localizada a 20 km da Barra Funda, um padrão semelhante ao TIC-Sorocaba, cuja parada na Estação Antônio João ocorre a 21,1 km do ponto de partida.
Trecho compartilhado entre Barra Funda e Brás
Entre Barra Funda e Brás, o TIC-Santos utilizaria a via 3 da Linha 11-Coral e a via 2 da Linha 10-Turquesa. Para lidar com possíveis contingências, já estão previstos AMVs (Aparelhos de Mudança de Via), projetados para permitir a operação de cargas e trens metropolitanos na área central.
Via exclusiva e pontos de ultrapassagem
Assim como o TIC-Norte (Barra Funda – Campinas), o trem seguiria por uma via única dedicada, com pontos de ultrapassagem. O documento descreve que a via ao norte (hoje utilizada pelos trens no sentido Rio Grande da Serra), seria disponibilizada ao TIC entre Brás e Mauá.
A Estação São Caetano foi indicada para a instalação de uma via de cruzamento, podendo também ser uma parada alternativa a Santo André, já que está a 13 km da Barra Funda.
Na Revisão 2 do projeto, o reposicionamento das vias na Estação Santo André (ocupando a atual via 1 e o Terminal) permitiu a duplicação da via do TIC na região da plataforma, garantindo uma estrutura dedicada ao serviço.
Trecho após Santo André
Entre Brás e Santo André, a Linha 10 opera com três vias operacionais. Uma quarta via, a ser construída pela MRS Logística, abriria caminho para o TIC operar em uma faixa exclusiva.
Já entre Mauá e Ribeirão Pires, o projeto prevê o deslocamento do trem metropolitano para o lado sul, o que exigiria movimentação de terra, contenção de taludes e rearranjo das vias, incluindo a reconstrução da Estação Guapituba. Além disso, a nova Estação Ribeirão Pires seria reposicionada para permitir a instalação de uma via exclusiva para o TIC.
Descida da Serra: um dos principais desafios
O documento não detalha como será a descida da serra, um dos pontos mais complexos do projeto. Atualmente, os trens de carga utilizam o sistema de cremalheira, que é frequentemente acionado devido ao desnível de 800 metros em apenas 8 km, com inclinação média de 10%.
Esse trecho exige o uso da cremalheira para os trens de carga e para a atual frota da CPTM, o que levanta a questão de como o TIC-Santos será operado nesse segmento.