A transferência dos cinco trens da série 2070 para a Linha 10-Turquesa, prevista dentro do processo de concessão dos serviços operados pela CPTM, pode representar o encerramento da trajetória desse modelo, fabricado pela Alstom na década retrasada.
As cinco unidades passarão a integrar a frota da ferrovia que atende o ABC Paulista, ao lado de oito trens da série 7500 e 15 trens da série 7000, estes últimos emprestados e com devolução programada ao poder concedente. De acordo com uma apresentação disponível na consulta pública das linhas 10 e 14, oito trens da série 7000 serão devolvidos em 2030, enquanto os sete restantes retornarão em 2031. A linha 10 deve ainda ganhar outras 16 novas composições.
Possível aposentadoria da série 2070
Outro documento aponta que as composições cedidas e emprestadas estão em boas condições operacionais e de manutenção, sem anomalias estruturais nas caixas e truques. O interior e as cabines de condução apresentam bom estado de conservação e limpeza, embora os trens mais antigos já mostrem desgaste visível na identidade visual externa devido ao tempo de uso.
No caso específico da série 2070, o relatório destaca, no tópico “Recomendações Específicas para a Série 2070”, que, devido à idade avançada ao final da concessão e aos desafios esperados na manutenção, recomenda-se a substituição desses trens por unidades mais novas ou com menor tempo de operação disponíveis na frota da CPTM.
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Risco de imagem
O documento também menciona um possível impacto na percepção da qualidade do serviço caso a série 2070 continue operando por muito tempo:
“A série 2070 não só apresenta tecnologia obsoleta, mas também um interior abaixo dos padrões modernos de conforto, sem passagem livre entre os carros (“gangway”) e com dificuldades na reposição de sobressalentes. Sua substituição seria essencial para mitigar o risco de imagem e garantir a continuidade de um serviço de qualidade ao longo da concessão.”
Histórico da frota
Os trens da série 2070 foram construídos entre 2006 e 2008 por um consórcio formado pelas fabricantes Alstom, Bombardier e CAF, que forneceram componentes específicos. O investimento total foi de R$ 223,5 milhões.
Originalmente, foram fabricadas 12 composições de quatro carros, mas, em 2011, elas foram acopladas para formar trens de oito carros, reduzindo o número total de unidades para seis. No entanto, uma dessas formações sofreu danos em um incidente e nunca voltou a operar desde então.