Renato Lobo | Via Trolebus
Mobilidade Urbana

Mototáxis: entenda a queda de braço entre a 99 e o prefeito Ricardo Nunes

A recente introdução do serviço de mototáxis pela plataforma 99, chamado 99Moto, tem gerado intensos debates sobre mobilidade urbana na capital paulista. O prefeito Ricardo Nunes manifestou forte oposição à iniciativa, classificando-a como perigosa e prejudicial à segurança pública. Motociclistas estão no grupo que lideram as mortes em sinistros de trânsito.

O serviço

O 99Moto funciona como um intermediador de viagens entre passageiros e motociclistas e está sendo implantado gradualmente fora do centro expandido de São Paulo. Atualmente, o serviço opera em mais de 3.300 cidades no Brasil. Segundo a empresa, as corridas de moto são, em média, 40% mais baratas do que as feitas por automóveis, além de poder proporcionar até 40% mais ganhos financeiros para os motociclistas.

A 99 argumenta que o serviço também pode ajudar a impulsionar a arrecadação de impostos municipais, criar empregos indiretos e oferecer uma solução eficiente para a chamada “primeira e última milha” em integração com o transporte público. Dados da plataforma indicam que mais de um terço das corridas realizadas começam ou terminam a menos de 100 metros de estações de transporte público.

“Os paulistanos nos pedem o 99Moto há algum tempo, e nossos dados mostram que 3 em cada 5 pessoas têm interesse em usar o serviço. Estamos orgulhosos de oferecer essa alternativa acessível e eficiente de mobilidade”, declarou Fabrício Ribeiro, Diretor de Operações da 99.

Avenida 23 de Maio

Prefeito critica e promete ação

Por outro lado, o prefeito Ricardo Nunes classificou a iniciativa como irresponsável e perigosa, destacando o aumento de acidentes fatais envolvendo motociclistas. Ele afirmou que a prefeitura tomará medidas judiciais e reforçará a fiscalização para impedir o avanço do serviço na cidade.

“Já tivemos diversas reuniões com a empresa e deixamos claro que o serviço não tem autorização para operar. Mostramos estudos que evidenciam os riscos à saúde e à segurança pública. Com 1,3 milhão de motos em São Paulo, o aumento dos acidentes já é alarmante. Essa é uma carnificina, e empresas que agem assim são assassinas e irresponsáveis”, declarou Nunes.

Cenário preocupante

Entre janeiro e junho de 2024, São Paulo registrou 522 mortes em acidentes de trânsito, sendo os motociclistas as principais vítimas. Só em junho, foram 48 óbitos. O total de mortes no primeiro semestre foi de 213, representando um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse é o maior número registrado desde o início da coleta de dados. O levantamento foi feito pelo G1 com bases em dados do Detran.

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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