A Prefeitura de São Paulo apresentou o PlanHidro SP, um projeto que busca integrar o transporte hidroviário à revitalização urbana, propondo uma nova forma de convivência entre a cidade e seus rios. A iniciativa contempla a criação de um sistema de transporte fluvial voltado para cargas e passageiros, além de intervenções que valorizem as áreas ao longo das margens dos rios.
Conforme detalhado no documento de Consulta Pública obtido pelo Via Trolebus, o PlanHidro SP foi elaborado por um Grupo de Trabalho Intersecretarial, composto por representantes de 18 órgãos técnicos especializados. O processo de desenvolvimento do plano também incluiu uma audiência pública inicial para discussão do projeto.
Entre as principais metas do PlanHidro SP estão a construção de infraestrutura como eclusas, pontes e melhorias no acesso às margens dos rios. O projeto prevê a utilização de até 180 km de vias navegáveis, conectando o transporte hidroviário a novos parques fluviais. Além disso, o plano busca promover acessibilidade, revitalização urbana e uma melhor integração das orlas fluviais com a cidade.
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Hidrovia no Tamanduateí
No Plano de Hidrovias Paulistanas, a etapa que contempla o uso do Rio Tamanduateí está prevista para a última fase, a quarta, com implantação a partir de 2033 e conclusão estimada para 2054. A apresentação do projeto não inclui informações detalhadas sobre orçamento, quantidade de embarcações ou a construção de ecoportos.
O plano prevê a utilização das hidrovias dos rios Tamanduateí, Meninos e Couros, com a instalação de 10 pontes urbanizadas. Partindo do Rio Tietê, a hidrovia terá dois ramais ao sul: um em direção ao Ipiranga e outro à Vila Prudente.
Ainda resta saber como a Prefeitura pretende lidar com desafios específicos, como a ponte situada sobre o rio entre a Praça Alberto Lion e o Parque Dom Pedro II.
Rio já foi usado por embarcações
Até o início do século XX, o Rio Tamanduateí servia como uma importante rota de transporte fluvial, conectando o Mercado Grande (também chamado de Mercado Velho) e o Mercado dos Caipiras, localizados na antiga Rua de Baixo, atualmente conhecida como Rua 25 de Março.
Naquela época, embarcações transportavam mercadorias e escravos até o porto da Ladeira Porto Geral. Por estar situado na várzea do Tamanduateí, uma área frequentemente alagada, o local também ganhou o apelido de “beco das sete voltas”.