Trens da Linha 11 estacionados em Barra Funda | Renato Lobo - Via Trolebus
CPTM

Autorizada concessão das linhas 11, 12 e 13: quais os próximos passos?

Concessão das Linhas 11, 12 e 13 é autorizada pelo Governo de São Paulo. Páginas especializadas divergem de posição do governo.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, autorizou o processo de concessão das Linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade de trens metropolitanos para a iniciativa privada. O decreto foi publicado no dia 14 de novembro de 2024. Caso a concessão seja efetivada, o setor privado passará a operar a maior parte da malha ferroviária do estado, incluindo as já concedidas Linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, atualmente administradas pela ViaMobilidade, e a Linha 7-Rubi, cuja operação será assumida pela Tic Trens.

Lançamento do edital

Segundo informações do site MetrôCPTM, o edital para a concessão pode ser publicado já na próxima semana, enquanto o leilão está previsto para acontecer em março de 2025.

Assinatura do contrato

De acordo com o site da Secretaria de Parcerias e Investimentos, a assinatura do contrato com a nova concessionária deverá ocorrer no segundo trimestre de 2025.

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Investimentos e expansão

O projeto de concessão prevê investimentos de R$ 13 bilhões, que serão aplicados em reformas e ampliações da malha ferroviária.

Principais ações incluídas no projeto:

Extensão das linhas:
– Linha 11-Coral: 4 km de Estudantes a César de Souza
– Linha 12-Safira: 2,7 km de Calmon Viana a Suzano
– Linha 13-Jade: 10,4 km de Guarulhos a Bonsucesso e 5,2 km até Gabriela Mistral
– Construção de 10 novas estações, sendo 8 pela concessionária e 2 pelo Metrô (Penha e Gabriela Mistral).
– Reforma e ampliação das estações existentes.
– Atualizações na infraestrutura, como rede aérea, via permanente, sinalização e implantação de sistemas e equipamentos.

Críticas e posicionamentos contrários

A concessão enfrenta resistência de movimentos sociais e especialistas em mobilidade urbana.

Durante as audiências públicas, integrantes de movimentos sociais manifestaram oposição ao projeto. Segundo o Commu – Coletivo Metropolitano de Mobilidade Urbana, “o futuro de milhões de habitantes está sendo decidido por um processo ideológico que ignora experiências malsucedidas em concessões semelhantes no Brasil e no mundo”. Dois representantes do coletivo participaram de audiências públicas. “Ninguém escapará dos possíveis efeitos nocivos, nem mesmo a classe média remediada, que não possui outro sistema de trilhos para conseguir morar a até cerca de 60 km São Paulo”.

Já a página Plamurb apontou possíveis incongruências no processo de concessão. Segundo Thiago Silva, “o prazo das audiências públicas foi curto, e a velocidade com que os estudos foram realizados chama a atenção”. Ele argumenta que o projeto foi qualificado no início da gestão Tarcísio, com estudos iniciados em abril de 2023, logo após a autorização do governador. “Ou a atual gestão é extremamente eficiente, ou os estudos foram feitos às pressas, com diversas incoerências.”, completou. “Você confiaria em um estudo que ficou pronto tão rapidamente e repleto de incertezas?”

Sobre o autor do post

Renato Lobo

Paulistano, profissional de Marketing Digital, técnico em Transportes, Ciclista, apaixonado pelo tema da Mobilidade, é o criador do Portal Via Trolebus.

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