Um trem do Metrô de São Paulo pode operar na CPTM ou na ViaMobilidade? E o contrário? A resposta é: em parte sim, em parte não.
Na década passada, cerca de 50 trens do Metrô de São Paulo foram transportados pelas linhas da CPTM. Alguns deles saíram da Lapa até o Pátio Belém, como os trens da frota L, que operam na Linha 1-Azul. Outros foram levados do Rio de Janeiro até Três Rios para passar por retrofit, como os trens da frota K, em operação na Linha 3-Vermelha.
No entanto, nesses casos, as composições foram rebocadas por locomotivas a diesel. Os trens das linhas 1, 2 e 3 do Metrô de São Paulo não podem circular de forma independente nas linhas da CPTM ou da ViaMobilidade, pois essas composições usam sistemas de alimentação diferentes. Os trens da CPTM e ViaMobilidade são alimentados por catenárias (fios aéreos), enquanto os das linhas 1, 2 e 3 do Metrô são alimentados por terceiro trilho.
Por outro lado, há trens de metrô que compartilham o mesmo sistema de alimentação elétrica das composições da CPTM e ViaMobilidade. As composições das linhas 4-Amarela, 5-Lilás e, futuramente, da Linha 6-Laranja, utilizam catenárias. Contudo, há outra diferença importante: a bitola (distância entre os trilhos). Nas linhas da CPTM, ViaMobilidade e nas linhas 1, 2 e 3 do Metrô, a bitola é de 1,60 metro. Já nas linhas 4, 5 e 6, a bitola é de 1,435 metro.
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Trens metropolitanos podem operar com terceiro trilho energizado?
Sim, podem! Um exemplo é o S-Bahn de Berlim, na Alemanha, um sistema de trens metropolitanos com 15 linhas que integra várias estações ao U-Bahn (metrô) de Berlim, formando a espinha dorsal do transporte público da cidade.
Inaugurado em 1924 para substituir trens a vapor por composições elétricas, o S-Bahn é alimentado por terceiro trilho, com grande parte da sua rede construída sobre a superfície, mas com algumas seções subterrâneas.