O Governo estadual confirmou a intenção de realocar frotas de trens entre as linhas operadas pela CPTM. Durante uma apresentação ao Conselho Diretor do Programa de Desestatização sobre a concessão das Linhas 11, 12 e 13, o governo sinalizou a transferência de composições mais antigas para a Linha 10-Turquesa.
“Otimização da frota (trens mais novos neste lote) e empréstimo de 15 trens da série 7000 para a Linha 10 no início do futuro lote ABC-Guarulhos (L10+L14)”, informa trecho da apresentação.
Atualmente, a Linha 10 conta com trens da série 8500 e com os 9500, que operam no serviço 710. Contudo, o atendimento deverá ser cancelado, à medida que a Linha 11 passe a operar de forma integral até a Barra Funda. Com isso, os trens da série 9500 serão destinados à Tic Trens, permanecendo inicialmente os 8500 na Linha 10, que deverão ser substituídos pelos trens da série 7000 que seriam alocados nas Linhas 11 e 12.
Os trens da série 7000 operaram na Linha 10 entre 2019 e 2021. As composições da série 7000 foram produzidas entre 2009 e 2011, enquanto os 8500 e 9500, entre 2015 e 2019.
Confirmação do secretário sobre a troca
Em entrevista a uma revista do setor, o secretário de Parcerias e Investimentos, Rafael Benini, já havia comentado a realocação de frotas. Benini explicou que o projeto de concessão das linhas do Alto Tietê, que inclui o Expresso Leste, contemplava o repasse de trens mais antigos, que estariam próximos do fim de sua vida útil durante a vigência da concessão.
A estratégia do governo, segundo Benini, é alocar trens mais novos nas Linhas 11, 12 e 13 e direcionar as composições mais antigas para a Linha 10. Isso abriria espaço para que, durante a concessão da linha que atende o ABC, fossem adquiridos novos trens para a Linha 10, no chamado investimento contingente. “É um risco que o setor privado não assume. Como estará o dólar daqui a 20 anos?”, questionou o secretário.
Redução no prazo de contrato
Na apresentação, o governo também mencionou a redução do prazo de concessão de 30 para 25 anos, visando diminuir o risco operacional e considerando o tempo de vida útil dos trens, com a manutenção da premissa de não aquisição de novo material rodante.